segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Mafalda

Hoje seria uma respeitável senhora na casa dos cinquenta. Imagino-a professora ou bibliotecária e sem dúvida solteira ou divorciada. No entanto, ela negou-se a crescer e ficou-se pelos cinco anos. Também há muito que nada diz mas é sempre muito recordada.
Falo de Mafalda, a personagem que um argentino, conhecido por Quino, deu vida na década de 60. Filha de uma família de classe média, Mafalda era contestatária e preocupava-se com a guerra, a ecologia, as desigualdades e a infelicidade. Talvez por isso passados 50 anos, Mafalda mantenha a atualidade e os seus aforismos tenham a frescura de quando viu as suas tiras cómicas serem publicadas no jornal “Primera Plana”.
É mau que os problemas do mundo se mantenham e haja tantas analogias entre o tempo da Argentina pré-ditadura do general Videla e os países do sul da Europa na atualidade. Ou que haja as mesmas preocupações ecológicas. “Parem o mundo! Quero sair!”, diria ela ainda hoje.
Sem dúvida que Mafalda caberia nos dias de hoje como contestatária, mas penso que deveria ser uma contestatária apontando soluções e caminhos alternativos. Há muita gente que se diz contestatária mas acaba por estar sempre do contra sem apresentar alternativas. Ser contestatário deve ser antes de mais apresentar soluções e ideias alternativas. Ser a nota dissonante não é a mesma coisa que estar a contra tempo.

Fiquem com mais uma da Mafalda para fechar o post: “A vida é linda. Só que muitos confundem linda com fácil”.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nem sempre as alternativas encontradas são aceites pelas partes intervenientes!

A vida até fácil o ser humano é que por vezes a complica....

Dreamer disse...

Para mim a Mafalda seria hoje uma mulher de "armas", quem sabe uma juíza, uma defensora dos direitos humanos, uma ativista ou até mesmo a presidente do seu país … Sou uma sonhadora, mas não sou a única!
Falando de frases da Mafalda ... "Por onde se empurra este país para levá-lo para a frente?"... Atual?