Hoje seria uma respeitável senhora na casa dos cinquenta. Imagino-a
professora ou bibliotecária e sem dúvida solteira ou divorciada. No entanto,
ela negou-se a crescer e ficou-se pelos cinco anos. Também há muito que nada
diz mas é sempre muito recordada.
Falo de Mafalda, a personagem que um argentino, conhecido por Quino, deu
vida na década de 60. Filha de uma família de classe média, Mafalda era
contestatária e preocupava-se com a guerra, a ecologia, as desigualdades e a
infelicidade. Talvez por isso passados 50 anos, Mafalda mantenha a atualidade e
os seus aforismos tenham a frescura de quando viu as suas tiras cómicas serem
publicadas no jornal “Primera Plana”.
É mau que os problemas do mundo se mantenham e haja tantas analogias entre
o tempo da Argentina pré-ditadura do general Videla e os países do sul da
Europa na atualidade. Ou que haja as mesmas preocupações ecológicas. “Parem o
mundo! Quero sair!”, diria ela ainda hoje.
Sem dúvida que Mafalda caberia nos dias de hoje como contestatária, mas penso
que deveria ser uma contestatária apontando soluções e caminhos alternativos. Há
muita gente que se diz contestatária mas acaba por estar sempre do contra sem
apresentar alternativas. Ser contestatário deve ser antes de mais apresentar
soluções e ideias alternativas. Ser a nota dissonante não é a mesma coisa que
estar a contra tempo.
Fiquem com mais uma da Mafalda para fechar o post: “A vida é linda. Só que
muitos confundem linda com fácil”.
2 comentários:
Nem sempre as alternativas encontradas são aceites pelas partes intervenientes!
A vida até fácil o ser humano é que por vezes a complica....
Para mim a Mafalda seria hoje uma mulher de "armas", quem sabe uma juíza, uma defensora dos direitos humanos, uma ativista ou até mesmo a presidente do seu país … Sou uma sonhadora, mas não sou a única!
Falando de frases da Mafalda ... "Por onde se empurra este país para levá-lo para a frente?"... Atual?
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