No dia 1 de
dezembro é tradição, cá por casa, recolher os enfeites de Natal do sótão. É um
ritual quase místico que aumenta à medida que crescem as memórias dos Natais
passados. Abrir a caixa das bolas e das luzes da árvore é como abrir um sarcófago
egípcio que liberta, naquele instante, um sem número de espíritos e toda a
classe de pensamentos que viajam no tempo desde outros e longínquos Natais. E lá
vem o “coelhinho que vai com o palhaço e o pai Natal ao circo” seguido, muito de perto, pela música dos
Wham, ainda do tempo em que o George Michael não tinha comocionado as minhas
colegas de liceu assumindo a sua homossexualidade. Dos Natais sempre gostei de
tudo, com exceção, talvez, das músicas de época. Sempre as achei mais ao gosto
de quem ouvia os Spandau Ballet em vez do palato de quem misturava o metal com
sons mais crus como The Cure ou Pink Floyd mesmo da fase pós Barrett. Fecho a
caixa das bolas, guardo os espíritos por mais uns dias, chega de memórias.
Por cá o Natal já
mostra existência com o presépio do jardim a ser preparado. Os eventos solidários
também se multiplicarão e a agenda será apertada. Sempre questionei se será boa
ideia de se guardarem todos para a mesma época do ano. Mas pronto, também é
tradição.
Para já, destaco
a feira do livro na biblioteca municipal de
1 comentário:
No meu tempo, no Natal, não havia!!! Ahahahah!
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