A decisão do
Tribunal Constitucional de declarar, como não respeitando a Lei Maior, algumas
das propostas do governo para o orçamento lançam Portugal de novo para as parangonas
e para o olhar atento das instâncias internacionais.
Lança o governo
para um ponto de não retorno entre não poder reduzir o défice e ter que
conseguir medidas avulsas para substituir os 1080 milhões de euros que a decisão
do tribunal custou ao orçamento. O governo, pela segunda vez, testa os limites
da Constituição talvez pensando que a ameaça de crise política deixaria passar
tudo.
O governo abordou
de forma pobre a reforma do Estado e a oposição falou de forma simplista sobre
o mesmo assunto. E é este o ponto mais assustador: com a falta de diálogo na
política portuguesa não se vai chegar a consenso nenhum.
Há dias alguém me
falou que necessitamos de um novo paradigma e que isso surgiria com a troca de
governo. Pois bem, esta semana o primeiro ministro finlandês questionado sobre
como consegue liderar uma coligação de seis partidos de esquerda e direita
respondia o seguinte: “Não temos nenhum compromisso ideológico e o único elo
que nos une é o pragmatismo e o sentido de responsabilidade. Definimos os
objectivos, discutimos as medidas e comprometemo-nos com elas. Não há outra
solução”. Está claro?
Disse mais o
primeiro ministro finlandês: “acreditamos em coisas simples, como trabalho
duro, educação, educação, educação e inovação”. Foi assim que a Finlândia, nos
anos 90, conseguiu superar uma situação semelhante à nossa. É este o novo
paradigma!
1 comentário:
Olhemos para Campo Maior!
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