Já fora esbelta, dessas mulheres
que explicam o amor. Pois que, desde que enviuvou, ela se desentreteu,
esquecida de ser. Agora era mulher retaguardada, fornecida de assento. Senhora
de muita polpa, carnes aquém e além roupa. Superlativa, sentava-se no próprio
peso. Socorri-me deste jogo de palavras, de um livro que li recentemente, para
descrever uma amável senhora, que um destes dias me abordou, caminho do
trabalho, com uma dúvida eleitoral. Deixei a máscara por instantes e tentei
esclarecer a simpática senhora sobre as propostas eleitorais sobre as pensões.
A dúvida básica residia no palavrão
plafonamento. O programa eleitoral da coligação prevê a introdução para as gerações
mais novas, de um limite superior, para efeitos de contribuição, que em
contrapartida também determinará um valor máximo de uma futura pensão. É o
plafonamento horizontal, que se destina a pessoas com salários mais elevados.
O PS propõe a redução temporária
da taxa social única a cargo dos trabalhadores, pretendendo que este valor
esteja disponível para o consumo. A medida não é facultativa (como a da coligação)
e tem como contrapartida uma redução das futuras pensões. É o que se chama plafonamento
horizontal. O plafonamento não garante a sustentabilidade, e pelo contrário, a
curto prazo implica perda de receita.
A superlativa senhora, talvez
tenha ficado com mais dúvidas, mas segui caminho com o sorriso de ter tentado
esclarecer o tema. A quem ler também espero ter ajudado.
2 comentários:
Esperava que o tema deste último post da semana fosse o caos e a desorganização que têm acompanhado a abertura do novo Centro Escolar, uma vergonha e ninguém vai ser penalizado ou responsabilizado.
Falarei do tema na semana que vem.
É preciso deixar passar uns dias e a poeira assentar
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