Conta-se que Salazar, avisado da
descoberta de petróleo, no enclave de Cabinda em Angola, teria exclamado: “Valha-nos
Deus, só me faltava mais esta!”. A frase resume muito de como era a ditadura em
Portugal: cinzenta, triste e limitadora da alegria e liberdade das suas gentes.
Quem ler Gabriel Garcia Marquez,
em “O Outono do Patriarca”, poderá também ler uma caricatura de um ditador
obscuro que cultiva a ignorância, mas que é a caricatura de todos os antigos
ditadores, e, do qual, numa passagem do livro, a mãe diz: “se soubesse que o
meu filho seria presidente tinha-o mandado à escola”.
Não será pois perda de tempo, que
no domingo, nos aproximemos da Curpi para ouvir, a apresentação pública do
livro “A Resistência Antifascista em Campo Maior ”, pela voz do seu autor José Leão.
Serão memórias de quem viveu, na primeira pessoa, a vida com as agruras da
ditadura, e também da luta e resistência na procura, firme, da liberdade.
Passem por lá, sejam de direita
ou de esquerda, pois as ditaduras, fascistas ou comunistas têm ambas o mesmo
denominador comum limitação das liberdades individuais.
5 comentários:
É de repudiar qualquer tentativa de limitar a liberdade do outro. Há mais candidatos a ditadorzecos, obscuros e tristes de cabeça, do que possamos imaginar...
Obrigado pelo comentário.
Ironicamente, já dizia Estaline, a Liberdade é um bem tão precioso que necessita ser racionado!
Lá estarei com certeza , não comungo da mesma ideologia do escritor, mas foi ele que,quando muito novo eu, me ensinou o ABC da contabilidade e que gostava de ensinar os mais novos a beber da sua imensa sabedoria.Muito sofreu este homem às mãos da ditadura de Salazar. Um grande homem, que já nos anos setenta tinha publicado outro livro, " A escrita do futuro".Um abraço sr.zé.
Sem dúvida que grande ironia. Habitualmente os ditadores não se identificam como tal.
Para o Sr. João Rosinha, obrigado pela sua visita a este espaço. desejo-lhe as melhores felicidades na organização das Festas
Para o Anónimo, obrigado por me continuar a ler, apesar de ler, nas suas linhas, algum lamento
pelo tema do post
Enviar um comentário