segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Fado e Futebol

Esta semana falaram-me de liberdade, uma palavra gasta, usada em todos os contextos. Até se fala de liberdade para a limitar, mas adiante…Nos tempos que este país não era livre um senhor adormecia as multidões com Fado e Futebol. Passados 40 anos de uma revolução que devolveu a tão almejada liberdade foi, esta semana, consagrado o Fado e o Futebol. O Fado já estava no panteão e esta semana decidiu-se que o Futebol também estará. Na mesma semana que passaram 50 anos que Humberto Delgado foi assassinado pela PIDE dois símbolos do Estado Novo são consagrados, naquele que supostamente, é o lugar dos notáveis de Portugal. Os mais atentos dirão que Humberto Delgado também pertence a esses notáveis e lá também descansa. Mas não está Salgueiro Maia, nem Fernando Pessoa, nem Eça de Queiroz, nem Egas Moniz  nem tantos outros muito mais dignos que o Futebol e sem sequer se ser o melhor futebolista português de sempre.
Quem entra na Catedral de São Paulo, o “panteão inglês” poderá encontrar os notáveis britânicos: Churchill, Newton, Nelson e Alexander Fleming entre muitos outros. O contributo para o país foi o da liberdade nas suas diversas formas. E outros exemplos de países poderiam ser dados.

A revolução na rua pode demorar apenas um dia, um momento, mas a revolução de mentalidades demora muitos anos a concretizar-se. A nossa liberdade ainda tem uns quantos tons salazarentos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Há por aí mais mentalidades limitadas do que podemos imaginar.