Esta semana falaram-me de liberdade, uma palavra gasta, usada em todos os
contextos. Até se fala de liberdade para a limitar, mas adiante…Nos tempos que
este país não era livre um senhor adormecia as multidões com Fado e Futebol. Passados
40 anos de uma revolução que devolveu a tão almejada liberdade foi, esta
semana, consagrado o Fado e o Futebol. O Fado já estava no panteão e esta
semana decidiu-se que o Futebol também estará. Na mesma semana que passaram 50
anos que Humberto Delgado foi assassinado pela PIDE dois símbolos do Estado
Novo são consagrados, naquele que supostamente, é o lugar dos notáveis de
Portugal. Os mais atentos dirão que Humberto Delgado também pertence a esses
notáveis e lá também descansa. Mas não está Salgueiro Maia, nem Fernando
Pessoa, nem Eça de Queiroz, nem Egas Moniz nem tantos outros muito mais dignos que o Futebol
e sem sequer se ser o melhor futebolista português de sempre.
Quem entra na Catedral de São Paulo, o “panteão inglês” poderá encontrar os
notáveis britânicos: Churchill, Newton, Nelson e Alexander Fleming entre muitos
outros. O contributo para o país foi o da liberdade nas suas diversas formas. E
outros exemplos de países poderiam ser dados.
A revolução na rua pode demorar apenas um dia, um momento, mas a revolução
de mentalidades demora muitos anos a concretizar-se. A nossa liberdade ainda
tem uns quantos tons salazarentos.
1 comentário:
Há por aí mais mentalidades limitadas do que podemos imaginar.
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