A expressão do título é recorrente aqui e talvez seja também no Butão,
pequeno estado asiático, governado por um rei que preocupado com a felicidade
do seu reino, criou um índice para medir o grau de satisfação com a vida dos
seus súbditos. A ideia chegou às Nações Unidas que decidiram recriar o indicador
a nível mundial e colocaram, na primeira posição do ranking (sim, mais um infame
ranking) a Dinamarca.
Esta semana li a comparação feita entre Portugal e a Dinamarca tentando
encontrar as causas para tanta felicidade dos nórdicos. Encontrei desde logo
uma diferença abissal de rendimentos médios por membro da família. Uns enormes
20121 euros anuais para os vikings contra uns parcos 11776 euros lusitanos. Apetece
recordar uma frase do Woody Allen “ o dinheiro não traz a felicidade mas
provoca uma sensação tão semelhante que é preciso um especialista para
verificar a diferença”.
Mas há outras diferenças assombrosas: na Dinamarca um terço da população
ativa é funcionária do Estado. Educação e Saúde são totalmente gratuitas. Então
como faz a Dinamarca para pagar este Estado enorme? Na Dinamarca paga-se muitos
mais impostos que em
Portugal. Dirão , como Hamlet, que alguma coisa está mal no
reino da Dinamarca?
Mais…segundo algumas sondagens os dinamarqueses estão dispostos a pagar
mais impostos se com isso os Estado lhe der mais benefícios. Podem reler outra
vez o que escrevi enquanto eu chamo, desta vez o Obélix, para dizer “estes
dinamarqueses devem estar loucos”.
Mas esperem ai…se têm mais rendimentos mesmo pagando mais impostos, ganham
o dinheiro a trabalhar? Sim, só que o índice de produtividade é na Dinamarca
119,5 contra 65,4 em Portugal o que quer dizer que um dinamarquês faz numa hora
o que um português faz em
duas. Aqui está a chave da diferença ficando para reflexão.
Se começam a sentir o canto da sereia (de Copenhaga) e estão a pensar
emigrar para a Dinamarca preparem-se porque a lei da imigração é das mais duras
da União Europeia. Não é fácil ser-se estrangeiro por lá. E depois na Dinamarca
iriam sentir falta do nosso Sol. Na Dinamarca 15% da população sofre de depressão
o que segundo os especialistas se deve à falta de Sol e aos longos invernos. Por
isso em Portugal, já dizia o Salazar…”pobretes mas alegretes” .
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