segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Multipliquemo-nos por Zero!

Quando, na quinta-feira, li o título da publicação do CampoMaiorNews, “secundária de Campo Maior sobe 314 lugares no ranking” enchi-me com uma enorme satisfação. Uma leitura mais detalhada ao corpo do artigo reduziu a subida do ranking aos resultados de Português. Não me reduziu, no entanto, a satisfação. Os resultados, em Português do 12º ano foram meritórios e merecem, desde já, as felicitações do De Campo Maior. O diretor do agrupamento destacou como causas deste sucesso "as condições que a escola oferece, a estabilidade e o bom trabalho do quadro de docentes nesta disciplina e ajuda da família”.
Quando, este sábado, abri as páginas dos jornais, a minha satisfação multiplicou-se…por zero! Esperava que as notas da disciplina de Português fossem apenas a parte mais visível de uma subida generalizada das Escolas de Campo Maior nos rankings dos resultados dos exames, mas uma leitura mais atenta mostrou-me que estava enganado.
Assim, nos exames do 12º ano, a Escola Secundária quedou-se pelo 466 lugar num total de 619 escolas, perdendo 53 lugares em relação a 2012. No 9º ano a tragédia foi maior. Ranking 1056 de entre 1308 escolas. Perdeu-se 322 lugares. A nível do distrito, e ainda no 9º ano, a posição foi a 16ª num total de 20 escolas. No 6º ano o lugar ocupado foi o 722 de um total de 1148.
Nas escolas primárias, finalmente, um motivo para sorrir. A Escola da Avenida obteve, no exame do 4ºano, a posição 366 de um total de 4621. Bom trabalho!
Será que as condições de sucesso apontadas pelo diretor de agrupamento não podem ser reproduzidas nas outras disciplinas e nos outros anos? Ou aquilo que se passou em Português foi um episódio verdadeiramente irrepetível? Não me digam que só foram a exame de Português os bons alunos e que os maus já tinham chumbado e nem exame fizeram, não baixando assim a média?
Nunca me cansarei de dizer que o tema da educação, em Campo Maior, tem que ser encarado como um compromisso de todos: alunos, pais, professores e diretor de agrupamento. É urgente fazer alguma coisa num concelho que, talvez seja, aquele onde mais se investiu e vai investir (pelo menos em tijolo) em educação. Faça-se alguma coisa ou multipliquemo-nos por zero.
Para os mais despistados ou que tenham chumbado ao exame de Matemática explico que quando se multiplica por zero fica-se com nada!
Para os mais despistados ou que tenham chumbado ao exame de Português explico que utilizei nestas linhas uma figura de estilo chamada ironia! 

2 comentários:

Eu disto sei muito pouco ou mesmo nada! disse...

Tal como na vida, as precipitações podem sair caras!
Neste caso ... a montanha pariu um rato! Todos nós fomos a correr ver a ascensão meteórica do nosso agrupamento e quase nada! Em Educação pouco pode representar imenso, principalmente, esforço de alunos, pais e docentes! Mas temos que querer mais e melhor e aí todos têm que remar para o mesmo lado. Não basta Campo Maior representar índices económicos superiores a outras vilas do mesmo nível populacional, isso tem de se reflectir em resultados palpáveis - Qualidade!
Mas os resultados não são imediatos, assim fossem e a conversa seria outra, têm de ser sustentados e a fase de planeamento é fundamental. Será que alguém já pensou por que razão só temos todos os anos uma turma finalista de 12º ano? É que no início da escolaridade são 4,5 ou mesmo seis ... a esmagadora maioria fica pelo caminho. Ok, esta situação sempre se verificou antes...mas e nada se faz? Estes jovens não têm capacidades para fazer um percurso normal até ao 12º? É necessário abrir cursos profissionais, CEF, PIEF e outras siglas tão pomposas?
Por outro lado, a escola pública terá como função preparar os alunos só para exames? Vemos reportagens de colégios privados e esses admitem que vivem em função do resultado, mas será assim no público? Não, não me parece que haja medo de avaliação externa, afinal, os resultados externos diferem na mesma proporção da aferição interna em ambos os casos (público/privado). Agora, vamos comparar o que há para comparar. Poder-se-ão fazer experiências diferentes? Turmas de nível,por exemplo, o privado fá-lo às claras e aqueles que não apresentem desempenho de acordo com o ranking do colégio são convidados a sair no final do 1º ou 2º períodos. E para onde vão? Para a instituição escola pública que não nega lugar a ninguém!
Mas, os directores também se deixam levar nesta jogada em parte política, não dependesse em grande parte o seu futuro dos votos das autarquias nos famosos Conselhos Gerais! Mas, quem semeia ventos...colhe tempestades para as quais terá de estar preparado!
Não vamos desanimar nem atirar muitos foguetes, correndo o risco de algum nos rebentar nas mãos!
Por que não se realiza uma jornada de reflexão acerca do que queremos para o futuro da Educação neste nosso concelho? Estaremos à espera de algum D.Sebastião ou de um ilusionista? Espera, o Luís de Matos vai estar por cá!

Anónimo disse...

A propósito de rankings...


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