Curiosa, no mínimo,
a reportagem do Expresso sobre o cinema em Campo Maior. Fiquei
a saber que somos o concelho com melhor média de espetadores por sessão de
cinema. É sempre bom ler isto e ainda é melhor se for num jornal de dimensão
nacional. João Custódio e Tiago Godinho foram os anfitriões da reportagem e
falaram de como é, ainda possível, ter esta média apesar de Badajoz e apesar de
muita gente preferir “ver os filmes em casa. Tira-os da internet e poupa dinheiro”.
Falaram também do NC1200C, “uma enorme máquina quadrada construída por
japoneses e capaz de projetar imagens digitais e a três dimensões em ecrãs de 4
e 12 metros .”
Comprada há 3 anos, esta máquina foi novidade no Alentejo em matéria de cinema
digital, só mais tarde se seguindo, na sua aquisição, outros concelhos.
O DeCampoMaior
também já tinha falado do cinema, em janeiro deste ano, e mesmo não gostando de
reposições deixo-vos com o post publicado na altura.
Começam assim muitas
histórias, muito contos, muitos filmes…Hoje é de filmes que vos falo. Há
muitos, muitos anos o cinema De Campo Maior era visto onde hoje está o Museu
Aberto. Para se entrar na sala onde o filme era projetado tinha-se que passar
pelo mercado que, se fosse sábado, teria tido nas suas bancas peixe e fruta
fresca. O filme era projetado numa tela branca marfim e os bancos tinham o
conforto da madeira. Devo lá ter visto todos os do Bruce Lee e uma boa parte
dos do Bud Spencer. A promoção era feita com pequenos cartazes, que pouco mais
teriam que o tamanho A4, e estavam colocados em locais, hoje insuspeitos, como
a montra da farmácia. Quem explorava o espaço era uma senhora loura e o marido,
que durante o dia também faziam a promoção com um carro de cujos altifalantes
saia uma frase que muitos recordarão: “Hoje filme no cinema centrali”.
Reencontrei a senhora loura com o marido num destes verões que se projeta ao ar
livre no Palácio Visconde d’ Olivã. Gosto destas sessões ao ar livre, é quando
visito o palácio, outro recanto bonito De Campo Maior. O projetor é velhíssimo
e faz-se intervalo para mudar a fita mas já lá vi a moderna versão do Robin dos
Bosques e um, não sei já qual, Pirata das Caraíbas. A senhora loura está igual
mesmo após estes anos todos, parece que não envelhece, parece Dorian Grey que
dá a sua alma para não envelhecer enquanto o seu retrato (projetor) envelhece
cada vez mais. Muitos anos depois a dita senhora ainda esteve, com a mesma
atividade, na Curpi. Também vi lá alguns filmes mas que agora não recordo.
Hoje o cinema De Campo Maior
já é projetado com o moderno 3D o que nos coloca nas montanhas da Nova Zelândia
ao lado de elfos e anões se estivermos a ver o Senhor dos Anéis ou ao lado de
seres azuis se estivermos a ver o Avatar. A senhora loura já não está, quem é o
responsável pela projeção é o Costa que, curiosamente, também parece não
envelhecer…Querem ver que nos cinemas está a famosa fonte da eterna juventude
que tanto procurou Ponce de León?
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