sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A Linha Ténue

Diz-se uma história, dos tempos em que Portugal era governado pela “outra senhora”, sobre um indivíduo que foi preso por escrever uma frase ofensiva a Salazar. Segundo o relato o homem teria escrito: “Morra Salazar não faz falta”. É claro que foi imediatamente preso pela PIDE e colocado a ferros nos calabouços. Aquando do interrogatório, o indivíduo, defendeu-se categoricamente alegando que a frase não estava terminada e que se terminada estivesse não seria esse o sentido da mesma. Convidado a escrever a frase novamente, o indivíduo escreveu:”Morra Salazar? Não, faz falta!”. O indivíduo foi libertado ficando demonstrada a inocência mas também a importância da pontuação.
Por questões de pontuação ou entendimento começa a ser criado um problema para as próximas eleições autárquicas. Há uma lei que estabelece uma limitação de mandatos mas por questões de pontuação, linhas ténues ou por mera chicoespertice começam a surgir candidatos que posteriormente são impugnados. De momento só o PSD tem 13 candidatos impugnados (5 candidatos a câmaras municipais e 8 candidatos a juntas). Mais do que a validade da lei na aplicação a cada caso o que devia ser discutido é o estatuto e forma como a política é exercida. Quando alguém se dispõe a abraçar uma carreira política sabe que muito dificilmente voltará a exercer a sua profissão anterior. Surgem então dois efeitos. O primeiro é o surgimento de políticos profissionais que a todo o custo se quererão manter no ativo até conseguirem a reforma e por outro, pessoas com perfis valiosos que não querem exercer a política. Em ambos os casos é a causa pública que perde.

1 comentário:

Anónimo disse...

Incrivel e despudorada a forma como ex-extremistas de esquerda republicanos se passam para monárquicos pseudo-ecologistas de direita.........que falta de... vergonha !!