Este domingo à
tarde revi o filme Papillon com que a RTP2 presenteou aqueles que não cederam
ao apelo do futebol. Dois atores, Steve McQueen e Dustin Hoofman, em dois desempenhos
soberbos, dão vida a dois prisioneiros em constante tentativa de fuga de uma
prisão na Guiana Francesa.
Nos intervalos,
curtos da RTP2, fui apurando algumas notícias que os jornais me proporcionaram
este fim de semana. Uma delas, a da reunião do conselho de Estado, para debater
e pensar em Portugal após a saída da troika. Não deixa de ser boa notícia
planear, em devido tempo, acontecimentos futuros mas também não deixa de ser irónico
que, o conselho de estado, constituído por responsáveis pela situação atual
estejam a debater o futuro. Por outro lado, li uma notícia sobre o diploma que
regula a mobilidade especial entre os funcionários públicos. Inquietante a
conclusão de que 75% do pessoal das autarquias tem o perfil alvo das rescisões,
trabalhadores menos qualificados. O diploma prevê, expressamente, que as
autarquias sejam abrangidas e transfere as competências da gestão da mobilidade
especial para as câmaras. É provável que só as grandes câmaras tenham
necessidade de reduzir pessoal mas em todas vai haver diminuição das transferências
do orçamento de Estado, ou seja todas terão menos dinheiro.
É claro que as
rescisões serão amigáveis, mas se o perfil do programa são os trabalhadores
menos qualificados, em caso de alguns aceitarem, que hipóteses terão no mercado
de trabalho? E o Estado cria este programa sem mecanismos de requalificação das
pessoas? Esse mesmo Estado que planeia com tanta antecedência?
Na cena final do filme, as duas personagens despedem-se, um decide arriscar um salto ao vazio para o mar, o outro decide não arriscar mais e ficar na ilha. Penso que será este o resultado do programa de mobilidade. Se alguém for bom para arriscar sai, se não tiver hipóteses fica. Poderá ser a sangria, no Estado, de bons funcionários. Era isto que se pretendia?
Na cena final do filme, as duas personagens despedem-se, um decide arriscar um salto ao vazio para o mar, o outro decide não arriscar mais e ficar na ilha. Penso que será este o resultado do programa de mobilidade. Se alguém for bom para arriscar sai, se não tiver hipóteses fica. Poderá ser a sangria, no Estado, de bons funcionários. Era isto que se pretendia?
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