Já aqui vos falei
da frase “O Trabalho Liberta”. Era uma divisa escrita na porta de acesso a
muitos campos de concentração alemães. A frase, cínica, encerra uma bizarra
ironia.
Não falemos do
holocausto mas sim de ironias. A festa do 1º de Maio consagrada ao dia do
trabalho e dos trabalhadores teve origem em manifestações, realizadas em
Chicago, onde se reivindicava a redução da jornada de trabalho para 8 horas. Estávamos
em 1886. Mais tarde, na reunião da segunda Internacional Socialista, celebrada
em Paris, decidiu-se convocar uma manifestação anual no 1º de Maio como
homenagem a essas reivindicações de Chicago.
Atualmente, a
mudança constante a que somos sujeitos, seja por motivos tecnológicos, seja por
motivos sociais leva a que até o conceito de trabalho se tenha reinventado. Tablets
e Smartphones tornam a jornada de trabalho, virtualmente, em 24 horas por dia. É
uma ironia que se celebre a redução da jornada laboral.
Mas há outras
ironias mais odiosas atualmente, não tão macabras como as dos campos de
concentração, mas igualmente bizarras. É o fator trabalho que tem suportado o
fardo da atual crise seja pela via da penalização sob a forma de impostos, seja
pela precariedade e insegurança a que todos estão sujeitos. E a ironia é que o
fator trabalho não fez nada para causar a atual crise mundial. Lembro-me do
filme de Sydney Pollack sobre a grande depressão nos anos 30 “Os cavalos também
se abatem” ou a história de como as pessoas transformam outras pessoas em não
pessoas. Outra ironia!
Off-topic- No
passado mês de Abril o DeCampoMaior teve o seu melhor mês de sempre, em termos
de visitas. Foram mais de 2700 visitas. A todos os que têm a paciência e o hábito
de me ler, aqui no DeCampoMaior, o meu profundo agradecimento!
1 comentário:
Obrigada pelo blog!
Bons dias e belo trabalho:)
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