O Expresso fez,
há algumas semanas, uma análise ao abandono escolar em todos os concelhos do
país.
É curiosa a
evolução De Campo Maior nesta faceta. Em 1991 Campo Maior apresentava uma taxa
de abandono escolar entre 3,2% e 6,3% estando entre as melhores taxas do país.
Em 2012 a
taxa baixa para o intervalo entre 2,6% e 5% melhorando-se a taxa mas passando a
estar entre os piores concelhos do país. Há um efeito escondido nestas
conclusões: a população escolar é menor, por isso os mesmos abandonos
colocam-nos entre os piores do país. Registe-se que este estudo evidencia a
percentagem de população escolar entre os 10 e 15 anos que abandonou o ensino
sem completar o 9ºano.
Esta semana quem
dá, finalmente, sinais de vida é a Associação de Pais e Encarregados de
Educação das Escolas do Concelho De Campo Maior que, à falta de caminho decide
fazer o caminho caminhando, ou seja, organizou um evento que é uma caminhada
alusiva ao dia do pai no próximo sábado. O objectivo principal é a recolha de
bens para a Loja Social.
Esta da caminhada
e da falta de caminho fez-me lembrar um poema do poeta espanhol António Machado
que aqui vos deixo apelando, já agora, à participação no evento.
Cantares
Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos
caminhos sobre o mar
Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos subtis
leves e gentis,
como bolhas de sabão
Gosto de vê-los pintar-se
de sol e grená voar
abaixo o céu azul, tremer
subitamente e quebrar-se...
Nunca persegui a glória
Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar
Ao andar se faz caminho
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se há de voltar a pisar
Caminhante não há caminho
senão há marcas no mar...
Faz algum tempo neste lugar
onde hoje os bosques se vestem de espinhos
se ouviu a voz de um poeta gritar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar"...
Golpe a golpe, verso a verso...
Morreu o poeta longe do lar
cobre-lhe o pó de um país vizinho.
Ao afastar-se lhe vieram chorar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."
Golpe a golpe, verso a verso...
Quando o pintassilgo não pode cantar.
Quando o poeta é um peregrino.
Quando de nada nos serve rezar.
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."
Golpe a golpe, verso a verso.
Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos
caminhos sobre o mar
Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos subtis
leves e gentis,
como bolhas de sabão
Gosto de vê-los pintar-se
de sol e grená voar
abaixo o céu azul, tremer
subitamente e quebrar-se...
Nunca persegui a glória
Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar
Ao andar se faz caminho
e ao voltar a vista atrás
se vê a senda que nunca
se há de voltar a pisar
Caminhante não há caminho
senão há marcas no mar...
Faz algum tempo neste lugar
onde hoje os bosques se vestem de espinhos
se ouviu a voz de um poeta gritar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar"...
Golpe a golpe, verso a verso...
Morreu o poeta longe do lar
cobre-lhe o pó de um país vizinho.
Ao afastar-se lhe vieram chorar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."
Golpe a golpe, verso a verso...
Quando o pintassilgo não pode cantar.
Quando o poeta é um peregrino.
Quando de nada nos serve rezar.
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."
Golpe a golpe, verso a verso.
Sem comentários:
Enviar um comentário