Na semana que foi
eleito novo Papa e que se assume como o Papa dos pobres, na semana que a Troika
dá mais tempo a Portugal para cumprir o défice, na semana que Kenneth Rogoff,
um economista de Harvard, afirma que nos esperam 15 anos de estagnação se não
houver perdão da dívida lembrei-me da passagem bíblica de Mateus o Cobrador de
Impostos: “Mestre que bem farei para conseguir a vida eterna? Vai e vende tudo
o que tens e dá-o aos pobres, terás um tesouro no céu. Mas o jovem ouvindo essa
palavra retirou-se triste pois tinha muitos bens. Disse então Jesus aos seus
discípulos: Em verdade vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo
duma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”. Mais do que tempo, Rogoff,
acha que os alemães vão acabar por concluir que ou perdem dinheiro durante uma
recessão continuada ou simplesmente fazem uma assunção de perdas.
Particularmente,
e porque estou deste lado, o perdão da dívida não me desagrada. No entanto o
perigo de não mudar a mentalidade é algo que me assusta. Devemos alterar o
estado das coisas inovando, aumentando a produtividade e não pensando que haverá
sempre alguém que assumirá as perdas.
Mesmo quando se construíam
as auto estradas e pensávamos que éramos ricos, fomos sempre pobres, como no
tempo em que os sinais de trânsito saiam nos cromos dos gelados Rajá. Pelo menos
não temos problemas em passar pela agulha…
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