segunda-feira, 18 de março de 2013

A Agulha e o Gelado Rajá


Na semana que foi eleito novo Papa e que se assume como o Papa dos pobres, na semana que a Troika dá mais tempo a Portugal para cumprir o défice, na semana que Kenneth Rogoff, um economista de Harvard, afirma que nos esperam 15 anos de estagnação se não houver perdão da dívida lembrei-me da passagem bíblica de Mateus o Cobrador de Impostos: “Mestre que bem farei para conseguir a vida eterna? Vai e vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, terás um tesouro no céu. Mas o jovem ouvindo essa palavra retirou-se triste pois tinha muitos bens. Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo fundo duma agulha do que entrar um rico no reino de Deus”. Mais do que tempo, Rogoff, acha que os alemães vão acabar por concluir que ou perdem dinheiro durante uma recessão continuada ou simplesmente fazem uma assunção de perdas.
Particularmente, e porque estou deste lado, o perdão da dívida não me desagrada. No entanto o perigo de não mudar a mentalidade é algo que me assusta. Devemos alterar o estado das coisas inovando, aumentando a produtividade e não pensando que haverá sempre alguém que assumirá as perdas.
Mesmo quando se construíam as auto estradas e pensávamos que éramos ricos, fomos sempre pobres, como no tempo em que os sinais de trânsito saiam nos cromos dos gelados Rajá. Pelo menos não temos problemas em passar pela agulha… 

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