A privatização da
Caixa Geral de Depósitos foi, é e será sempre tema de discussão acesa. Por
agora, a polémica gerada com a RTP e a operação falhada da TAP acalmou a
discussão. Mas a verdade é que a Caixa Geral de Depósitos está a meio caminho
de ser privatizada, se não é no capital será nos métodos. No DeCampoMaior já se
falou que ver o Estado a abdicar de um tal instrumento de intervenção na
economia vai ser tudo menos positivo. De qualquer forma não é disso que se
pretende falar hoje. O assunto que se pretende trazer aqui é a Caixa Geral de
Depósitos mas o seu balcão local. A Caixa já passou, tal como tudo, por várias
metamorfoses. A que todos recordarão é a fase Banco Nacional Ultramarino na Rua
de São Pedro. Entrava-se por uma porta giratória e por trás de uma parede de guichés
havia sempre grande azáfama e montes de papeis. Os seus funcionários, na
maioria homens, eram todos conhecidos, conheciam toda a gente e na parte final
o Sr. Maçarico depositava ou emprestava o dinheiro conforme o caso.
Mas também não é
de recordações que vos falo hoje. Esta semana o DeCampoMaior já teve a sua
parte de revivalismo. Gostaria de falar da Caixa no momento presente. Apesar de
não privatizada no capital o banco estatal apresenta cada vez mais características
de privado. Menos pessoas por agência e em continua rotação. Não se criam vícios
dirão alguns…mas também não se criam laços! E mais absurdo ainda, quando se gastam
milhões em aplicações para se conhecerem os clientes existem cada vez menos
funcionários De Campo Maior que a todos poderiam conhecer. Depois de reformado
o Sr. Henrique Costal, da Babel ter iniciado a sua aventura africana resta apenas
a Ana Maria quase como o último dos Moicanos. É pena as instituições não
reconhecerem o valor da proximidade
mesmo que, e é verdade, as novas tecnologias tragam grandes benefícios.
2 comentários:
Sendo eu um Proletário,mas cliente da CGD estou de acordo com tudo o que diz,mas o Problema é muito mais grave,não têm só a ver com as novas tecnologias?.porque as novas tecnologias têm que ver com progresso,com o nosso e com o futuro das novas Gerações.
Quem criou as novas tecnologias foram homens e mulheres,que hoje estão ameaçados pelo desemprego e tudo porque o Deus Dinheiro,Esse Maldito Deus!.Pátria não Têm?. E o único Deus para o Grande Capital,é o Deus Dinheiro.
Que condena milhares de seres humanos à fome,à miséria e a todas as formas de indignidade impróprias da nossa sociedade e do Século XXI.
Jack,
concordo inteiramente com a sua abordagem neste post. Transcrevo este pequeno excerto do livro “Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley que apesar de ter sido publicado em 1932 continua a ser bastante atual ao focar questões essências: “A quem serve esta civilização que se diz moderna e funcional e, ao aparato das técnicas, sacrifica o espírito? O espírito, considerado realidade menor, o espírito tolerado, quando não reprimido... Qual, o lugar do homem, numa sociedade dominada pela máquina? Qual, o caminho para o Indivíduo que reivindique a liberdade interior e o direito à sua... individualidade, à sua singularidade?
Quando nos deixarmos de questionar a Humanidade caminha para o admirável mundo novo. Falando em novo será verdade a voz que corre sobre a vinda do ministro da educação a Campo Maior em fevereiro? Será que algum dos comentadores e assíduos do blogue, saberá dizer o que é que ele cá vem fazer? Se é um pretexto para os nossos “ilustres” representantes vestirem de gala, mais valia fazerem para ai um outro evento de cariz mais cerimonioso! Será para dar início ao tão proclamado centro escolar, herança do anterior elenco camarário? Estes senhores estão a disfrutar consecutivamente de uma herança dita “envenenada”. Cada vez me custa mais acreditar naquilo que vou observando diariamente…
"Quanto mais alta a sensibilidade, e mais sutil a capacidade de sentir, tanto mais absurdamente vibra e estremece com as pequenas coisas. É preciso uma prodigiosa inteligência para ter angústia ante um dia escuro. A humanidade, que é pouco sensível, não se angustia com o tempo, porque faz sempre tempo; não sente a chuva senão quando lhe cai em cima.” Fernando Pessoa
Maria Veleda
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