O Holandês Voador

Por estes dias cumprem-se aniversários assinaláveis, dois deles, os de nascimento de Wagner e Verdi. Ambos cumprem duzentos anos e ambos estão ligados aos nacionalismos dos seus respectivos países. Centremo-nos em Wagner e deixemos Verdi, para outro post, num outro dia qualquer.

Para Wagner, para além da sua ligação aos nacionalismos, existia um enquadramento musical das suas obras no romantismo. A música com o movimento romântico, ganha outra dimensão em comparação com o período iluminista. O anel do Nibelungo, Tristão e Isolda ou Parsival são algumas obras de Wagner que, influenciado em Shopenhauer, diria um dia que a música representa directamente a transcendência da vontade enquanto o discurso se manteria confinado ao universo dos fenómenos empíricos.

Quem também cumpre aniversário na sua câmara municipal é Rondão de Almeida, mais de 20 anos, como presidente em Elvas. Mesmo não gostando da mania de colocar o seu nome nas obras que fomenta, devemos reconhecer que Rondão de Almeida, tem feito um trabalho notável e que culminou com a declaração do Estatuto de Elvas como Património da Humanidade. Numa reportagem da SIC, Rondão mostrou-se triste pois se a lei não permite concorrer em Elvas por acumulação de mandatos, o seu partido haveria de o deixar concorrer numa lista de outro concelho. Disse mais: “Não se admirem se eu aparecer como independente numa lista de um outro concelho”. Eu diria que é um ato que mostra a transcendência da vontade de que falava Wagner  e já agora, esta ideia até parece a história do Holandês Voador, outra obra de Wagner, onde um navegador holandês é condenado a navegar sem destino pelos mares. Vamos ver onde atracará Rondão de Almeida…