Esta semana o Papa fez o seu primeiro Twitt, tentando acertar o passo com o
presente, talvez tentando mostrar que não há motivo para existirem 200 igrejas
em Portugal, e que a igreja católica continua a ser a resposta. Mas apesar
disso ainda há sermões onde se diz que a mulher deve ser submissa quase à
maneira de um “coroné” de telenovela. É contraditório. Contraditório também é
confrontar a opinião de Paul de Grauwe com a de Rui Ramos sobre a situação da
Europa. Diz o primeiro que os países do norte são também responsáveis pelo que
se passa no sul já que foram eles que despejaram o máximo de exportações no sul
fornecendo crédito em
excesso. Diz o segundo que as pessoas em Portugal afirmam que
o país tem uma realidade que não pode ser ignorada e que portanto a Europa tem
que se adaptar a nós e não o contrário e portanto o financiamento deveria
continuar. Por uns e outros ainda discutirem as causas não se encontram as
soluções para esta Europa encalhada nesta forma de pensar, no seu pensamento
cartesiano, no fundo a base de toda a cultura ocidental.
Por isso, e por estar enjoado de crise e deste pensamento cartesiano, dou
graças pela chegada do Natal. Já havia sinais, mas quando vi a vizinha
pendurada do escadote a colocar os enfeites disse para mim: sim, é Natal! Vamos
descontrair os temas do blogue.
E aproveitei logo para colocar no topo da minha lista de prendas o livro de
Mo Yan, Mudanças. A autobiografia romanceada do prémio Nobel da Literatura de
2012 será uma boa oportunidade para descansar do pensamento cartesiano. E mesmo
não sendo consensual a atribuição do Nobel por se dizer que Mo Yan está
alinhado com o regime de Pequim prefiro olhar para esta sua frase: “Alguns
poderão gritar nas ruas, mas devemos tolerar aqueles que se escondem nos seus
quartos e usam a literatura para transmitir as suas opiniões”. Outra contradição
difícil de entender para alguns!
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