Chegou o Outono a Campo
Maior. A chuva que, tanta falta faz, fez ato de presença e mudou as cores De
Campo Maior para os tons de cinzento. Mas o Outono é também uma estação de cor
e de luz mais densa, é a estação dos frutos maduros na vinha e da azeitona no
olival. A vinha não é de certo a de Steinbeck e do olival pouco resta dos
tempos em que havia um aroma a azeitona madura ali perto da Fonte das Negras.
Mas há no Outuno um pouco de
destruição criadora, não ao estilo económico de Shumpeter, mas num estilo de
renovação de rotinas e hábitos. As cadeiras empilhadas das esplanadas marcam o
fim de rituais de verão dando lugar a outros mais recatados. O gosto proletário
pelas azeitonas pisadas é acompanhado do desprezo aristocrático pelo frasco da
Depuralina comprado, ansiosamente, no início do Verão juntamente com a colega
de trabalho.
Só falta o vermelho intenso
da romã acabada de colher…oiço “There is a light that never goes out” dos The
Smiths e “Stay faraway so close” dos U2!
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