sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Tango de Gardel


O desemprego cresce? Só pode ser porque não se flexibilizou suficiente a legislação. Parece ser esta a crença de, primeiro, António Borges que reclama que é urgente uma baixa generalizada de salários e depois de Vítor Gaspar que defendeu ser necessário “restringir as extensões dos acordos coletivos de trabalho”. Também a troika vem, uma vez mais, criticar a rigidez do nosso mercado de trabalho quando todos sabemos que há trabalho que efetuado sem qualquer acordo ou contrapartida para o empregado só pelo simples facto de se ter que manter o emprego.
Quando se olha para a economia deste modo, o desemprego nunca é consequência da austeridade, do colapso da procura interna e da não utilização da capacidade produtiva mas sim o resultado de salários altos, de excesso de proteção social ou, de uma forma mais subtil, da falta de cultura empreendedora dos desempregados.
Os empregados devem flexibilizar-se, mas também os patrões e ambos devem entender-se tal como um par que dança um tango. Se assim não for vamos entrar na chinezização do nosso modelo económico e cantaremos, mas com tristeza, um tango de Gardel.
Y aunque el olvido
que todo destruye
haya matado mi vieja ilusión,
 
guardo escondida
una esperanza humilde
que es toda la fortuna
de mi corazón.
 

3 comentários:

Anónimo disse...

O tango de Gardel e a tanga da Isabel...

Anónimo disse...

Tive de me rir...
Bem dito...
Estamos bem,bem entregues não haja dúvida.
Mentes brilhantes deambulam neste pequeno burgo de autocratas!!!

Anónimo disse...

Gostava de saber a opinião do Professor Vasco acerca do tango de Gardel. É que eu ando só a ouvir porcarias: Maestro Vitorino d'Almeida e coisas assim... Gostava de um conselho com fundamento. Obrigado!