O desemprego
cresce? Só pode ser porque não se flexibilizou suficiente a legislação. Parece
ser esta a crença de, primeiro, António Borges que reclama que é urgente uma
baixa generalizada de salários e depois de Vítor Gaspar que defendeu ser necessário
“restringir as extensões dos acordos coletivos de trabalho”. Também a troika
vem, uma vez mais, criticar a rigidez do nosso mercado de trabalho quando todos
sabemos que há trabalho que efetuado sem qualquer acordo ou contrapartida para
o empregado só pelo simples facto de se ter que manter o emprego.
Quando se olha
para a economia deste modo, o desemprego nunca é consequência da austeridade,
do colapso da procura interna e da não utilização da capacidade produtiva mas
sim o resultado de salários altos, de excesso de proteção social ou, de uma
forma mais subtil, da falta de cultura empreendedora dos desempregados.
Os empregados
devem flexibilizar-se, mas também os patrões e ambos devem entender-se tal como
um par que dança um tango. Se assim não for vamos entrar na chinezização do
nosso modelo económico e cantaremos, mas com tristeza, um tango de Gardel.
Y aunque el olvido
que todo destruye
haya matado mi vieja ilusión,
guardo escondida
una esperanza humilde
que es toda la fortuna
de mi corazón.
3 comentários:
O tango de Gardel e a tanga da Isabel...
Tive de me rir...
Bem dito...
Estamos bem,bem entregues não haja dúvida.
Mentes brilhantes deambulam neste pequeno burgo de autocratas!!!
Gostava de saber a opinião do Professor Vasco acerca do tango de Gardel. É que eu ando só a ouvir porcarias: Maestro Vitorino d'Almeida e coisas assim... Gostava de um conselho com fundamento. Obrigado!
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