segunda-feira, 18 de junho de 2012

A “Syriza” em cima do bolo


As autarquias têm dado a este pais presidentes de câmara deveras peculiares e não falo dos Avelinos, Valentins e Isaltinos.
Esta semana apanhei dois desses presidentes em episódios que merecem aqui ser reproduzidos e dissecados.
O primeiro é Rui Rio que, esta semana, propôs intervalos na democracia para as câmaras excessivamente endividadas. Segundo ele, estas câmaras não podem tomar opções políticas nesta situação, logo não deveria haver eleições, sendo governadas por uma comissão administrativa. Rui Rio não disse mas sabe que mesmo em situações de endividamento excessivo, em caso de eleições, não deixariam os políticos de prometer o que não podem cumprir e as pessoas de acreditar em promessas vãs.
Mesmo que Rui Rio se tenha desfeito em justificações, as suas afirmações foram interpretadas em muito setores como ultrapassando todo o limite das práticas democráticas e se olharmos à história Salazar também suspendeu a democracia até arrumar a casa e depois deu no que deu…Contradição…
O segundo episódio vem do presidente da câmara de Esposende que se sente frustrado por não poder compensar financeiramente os melhores funcionários. Segundo este autarca a rigidez da função pública tem esta consequência. Lança também fortes críticas ao SIADAP, o mecanismo de avaliação dos funcionários públicos. Ele não diz mas sabe que é esta rigidez que dá segurança aos funcionários públicos e que são os sindicatos que têm bloqueado avanços que tenham como consequência o prémio financeiro dos melhores. Contradição…
Off-topic – Vi o jogo de Portugal ao mesmo tempo que acompanhava o resultado das eleições na Grécia…a vitória de Portugal foi a “Syriza” em cima do bolo!

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