sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fazer mais com muito menos dinheiro

É a esta a frase que Nuno Crato ameaça tornar divisa do Ministério de Educação para o ano de 2012, dados os cortes no orçamento de tal ministério. Os cortes serão de 600 milhões de euros em todo o setor. Mas haverá alterações também qualitativas, assim haverá 12 anos de escolaridade obrigatória para todos os alunos e os pais poderão escolher a escola dos filhos entre as primárias da rede pública isto é, não estarão limitadas às da área de residência ou trabalho.
Para os professores também haverá bastantes alterações, a maior, sem dúvida, o exame de acesso à carreira. Os professores que ingressarem na carreira para lecionar nos 1º e 2º ciclos têm que fazer uma prova de avaliação de conhecimentos. A prova será estendida nos anos seguintes aos docentes dos outros ciclos de escolaridade. Também está a ser estudada a hipótese de fundir universidades.
Com certeza que os cortes degradarão a qualidade do ensino e ao contrário do que se pensa do “país dos Doutores” Portugal é o país menos qualificado da União Europeia
Por cá, e após calamitosa participação (não houve praticamente eleitores) dos pais na eleição dos novos corpos sociais da Associação de Pais e Encarregados de Educação eis que na segunda-feira haverá nova eleição. O DeCampoMaior apela a todos para que participem nesta eleição mas também apela a que a futura Associação tenha um papel mais informativo junto dos encarregados de educação, é que a fraca participação na eleição, da passada terça-feira, não pode ser apenas atribuída ao futebol.

8 comentários:

Zé Tó disse...

Tirando a parte da participação dos pais não compreendo o alcance das suas palavras.
O que espera com a livre escolha de escola? Isso só funcionará nas grandes cidades. Imaginamos que alguém vai pôr o seu filho numa escola em Borba sendo de Campo Maior? Tenham dó!
E isso da prova para os professores! Quais? Os que não trabalham e os futuros desempregados? Que grande moralização do ensino deste seu amigo Crato!

Jack The Ripper disse...

Caro Zé Tó,

Dois esclarecimentos

1-A escolha das escolas é aplicável a Campo Maior. Falamos das escolas primárias, ou seja posso optar entre a escola do Bairro Novo e a da Avenida por exemplo.

2- O Crato não é meu amigo, o post não tinha como objetivo concordar com as medidas e nada é dito nesse sentido.


Quanto ao exames concordo plenamente. Para que exames de acesso à carreira se não há lugares? Para desempregados? Por mim os exames eram feitos aos professores já existentes para eliminar os maus do sistema

Anónimo disse...

Jack:
Bom dia, de chuva claro!
Era tão bom que as pessoas quer pais quer professores se preocupassem mais com o trabalho diário, com o cumprimento de horários, para dar o bom exemplo, que mostrassem vontade de dar o litro para que o sucesso de filhos e alunos fosse melhor. Olhar com empenho para realidades de falta de condições locais. Deixem o que se passa lá nas secretárias ministeriais, eles só falam em cortes é certo, mas ninguém repara que eles já existem. A falta de auxiliares nas escolas, o desprezo e o "deixa andar" na educação, no cumprimento de regras, no respeito por professores e auxiliares. Enfim, é triste que haja preocupações que não as locais, e quanto aos pais peço mais empenho na vida escolar dos filhos.

Jack The Ripper disse...

Caro Anónimo,


O DeCampoMaior tem mostrado preocupação com a educação local tal como comprovam alguns posts anteriores que o convido a ler.

Mas sim, as preocupações do DeCampoMaior também são, não só, as locais.

Agradeço o post que amavelmente escreveu aqui e convido-o a voltar noutras ocasiões e noutros temas

Zé Tó disse...

Amigo Jack,
Leio atentamente o que diz. Entendo bem que, por vezes, faz-se despercebido!
Primeiro, o exemplo que deu foi propositadamente exagerado mas colou! Para si tudo se resolverá se os pais puserem os seus filhos na Avenida ou no Bairro Novo! Possivelmente a Fonte Nova será uma escola de gueto ou de defesa de minorias! Entendo, serve para uns mas para outros...
Segundo, por informações que tenho, o exame de ingresso já está consagrado na lei, o mal é que a lei não é cumprida!
Terceiro, se conhecesse a ralidade, chegaria à conclusão que tudo isto visa eliminar os contratados e futuros desempregados. Quantos aos novos, esses terão anos de espera até se abrir uma brecha no sistema.
Por último, a sua desculpa é sempre a de eliminar os maus do sistema. Haverá por ai algum caso pessoal que queira partilhar com os seus atentos leitores?

Jack The Ripper disse...

Amigo Zé Tó,

Penso que quem se faz despercebido é o Senhor ou a Senhora.

Em primeiro lugar eu não disse que "tudo se resolverá" apenas transmiti um facto que tinha sido noticiado na imprensa e não emiti juizos de valor.
Os país poderão optar pela escola mas penso que haverá sempre a limitação das vagas. Olhe, dessa forma, e se acha que a escola da Fonte Nova é um gueto (foi você que disse) talvez se distribuam os alunos pelas outras escolas e o gueto desapareça.

Quanto à prova de acesso, sei perfeitamente que já estava prevista pelo anterior governo mas que não foi concretizada na prática.


Quanto aos maus do sistema ser uma questão pessoal, a unica coisa que lhe posso dizer é que não tenho qualquer ligação ao ensino e a minha opinião é baseada no que leio na imprensa, em opiniões de pessoas ligadas ao ensino...e veja só, na opinião dos proprios professores.

Anónimo disse...

Jack:
Desengane-se quem pensa que essa história de escolher a escola é nova e fresquinha. Talvez para as grandes cidades!!! Pensam que é nova, há uns anos que se pratica. Desde que o encarregado de educação justifique a mudança e haja vaga, a criança pode ir para outra escola. Tanta conversa com isso!!
Agora inventar denominações para as escolas, essa é muito má.
Em todas haverá boas e más qualidades. Mesmo sendo uma terra pequena, as realidades escolares e os problemas diários, são diferentes.
Infelizmente se com a crise se esperam grandes apertos, então esperem para ver quando aplicarem a reforma curricular que eles andam a "estudar". É capaz de sobrar para mais do que os pobres contratados.

Alexandre disse...

Espero é que Nuno Crato altere o panorama de exigência e disciplina das escolas portuguesas. Aguardo com bastante expetativa que o novo estatuto dos alunos que será implementado nos Açores chegue rapidamente ao continente. É vital proteger aqueles que querem aprender, e responsabilizar os encarregados de educação daqueles que não são assíduos, pontuais e indisciplinados.
Talvez assim deixem de encarar a escola como um depósito de gente mal educada.