quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Desejo Absurdo de Sofrer!

Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer

Abri o post de hoje com um fragmento de um poema de Cesário Verde, poeta que tinha este desejo absurdo de sofrer. Aqui, no DeCampoMaior, não temos esse desejo absurdo de sofrer mas Verde como o Cesário é o Documento Verde da Administração Local apresentado pelo governo para discussão. O objectivo é reduzir o número de vereadores eleitos em 35 % e da mesma forma reduzir o número de vereadores em regime de permanência de 836 para 576. Por fim, também é proposto que o número de dirigentes municipais passe para metade.
Até aqui o sofrimento parece ser relativo embora a diminuição dos vereadores possa tornar a pluralidade democrática mais difícil.
Onde começa o verdadeiro sofrimento é quando é apresentado como objectivo a redução dos funcionários munícipais em 2% por ano até 2014. E aqui sim o remédio é difícil de tragar. Se por um lado durante anos e anos, presidentes demagogos, utilizaram a admissão de funcionários como uma caça de votos diretos, agora é o momento de assumir que muitos desses funcionários eram desnecessários. O Governo deixa nas mãos de cada munícípio, as reduções e o modo de as fazer, mas evidentemente não são boas notícias.
Com menos eco mas com algum som fica a proposta de haver fusões entre municípios. Desejo Absurdo de Sofrer!

3 comentários:

Anónimo disse...

Profetas da murmuração …

A troika manda… os eleitos capatazes (do governo?) obedecem !

E quando as mesmas ordens - já desfocadas partidariamente - chegarem aos “capatazezinhos-demagogos ” liquidatários das autarquias - e das melhores empresas - quase nada há a fazer.

Baixar – como habitualmente - a “espinha”. Escutar serenamente petrificado, as vozes que lhe anunciam as desgraças de outros , até que chegue a sua vez de ouvir – agora numa voz , já umas oitavas acima do habitual devido á surdez demonstrada e acentuada ao longo do tempo - a sua própria condenação á auto-despromoção, senão mesmo extinção por falência.

Para ver se passa … vamos em (obrig.corretor) princípio – como os namorados quando se quer algo mais que um simples beijo – propor a extinção definitiva, das duas freguesias “camponesas”, tentando integrar algum do seu pessoal no município.

Mas para que esta solução seja aceite, é necessário eliminar outros postos de trabalho.

E quais ? - perguntam ! Pela lógica terão de recair em primeiro lugar, naqueles que exercem funções que não pertençam á falida câmara “ festivaleira”; nos contratos a prazo; nos famigerados recibos “verdes”, demissões negociadas etc, etc.

Depois é continuar a seguir a linha de pensamento - errónea - que lhe impuseram como prévia condição (provavelmente já em (ou na)“festa”) … e prosseguir – sem questionar - no emagrecimento de pessoal , que a própria dinâmica da falida Câmara se encarregará de fazer ao longo do próximo tempo - mesmo nos actuais municípies - até que, só lhe reste, alguma verba para os explosivos que - eventualmente - a implodirão para uma junção ou fusão (é melhor lembra ouro ) a Norte ou Sul !

Nesse dia – e antes do harakiri no coreto (para alguma coisa havia de servir) - serão convidados para o programa do comovente festim da apanha no “jardim-mundial-de-“cacos”-em-flor”, os ex e actuais responsáveis da câmara – cândidos, ignorantes, incompetentes ou cómicos ? - assim como os bondosamente eficazes fazedores de presidentes … e sua habitual trupe convidada de “generosos democratas” e seus - sempre eternos – secundários figurantes descartáveis…

Jantemos… murmurações!

Anónimo disse...

Hoje…

Não há palavras, nem gestos.
Há, o absurdo na curva da estrada.
Não há vitórias.
Só a derrota da vida,
…e a força da máquina
Destruindo o gesto tímido.

É o fim desenfreado,
das emoções e dos instintos.
É a verdade total ,
Oferecida indiscriminadamente,
Sem lágrimas, no tempo…a todos !

Está no teu prefácio do asfalto,
Quando se abranda a vigilância !

Assim, retomemos a desordem do vácuo,
e o caminho no mundo !
…até voltarmos a entranhar,
O azedume,
… de nos levares em silêncio,
Sem piedade, e sem esperança !

carlos disse...

prosas escondidas,
poemas tristes,
andam corujas
a piar de mão pra mão

tristes figuras
saudade antiga
rai's partam isto,
que nunca mais morre o verão