terça-feira, 18 de novembro de 2008

Das particularidades da crise global

Uma das particularidades desta crise actual é, além do carácter multifacetado com que se apresenta, a radicalizazão das soluções que coloca aos responsáveis pela governação em todos os Estados do Mundo dito desenvolvido.
Em primeiro lugar, esta crise atinge, ainda que de modos diferentes e com variadas consequências, em todos os países, todos os estratos da sociedade. Mesmo os que se julgam incólumes, acabarão por ver afectados os seus interesses e expectativas, face a esta recessão económica que, tudo aponta para que seja de longa duração e com consequências difíceis de prever.
Em segundo lugar, a crise energética, artificialmente empolada por uma acção especulativa que elevou o preço dos combustíveis para níveis ainda há pouco insuspeitáveis, veio agravar e aprofundar ainda mais as preocupações com os problemas ambientais que vêm a acumular-se desde meados do século passado, constituindo-se como um das maiores preocupações de todos o sectores da economia.
Em terceiro lugar, a falência esperada de muitas empresas, devido às dificuldades de financiamento, provocará um incontrolável aumento do desemprego, provocando o alargamento generalizado dos sectores mais pobres e carentes das sociedades.
Todas estas preocupações desaguam na consequência mais grave e que será, provavelmente, a mais persistente: a crise moral, com a consequente ausência de valores e degradação dos comportamentos, o que implicará a negação da necessária base ética que deve estruturar as sociedades humanas. O recurso aos meios ilícitos como o roubo, a prostituição, o tráfico e consumo de drogas, o negócio clandestino de armas, a especulação desenfreada, apresentar-se-âo como a solução para o desespero dos que não verão outra saída para a gravidade dos seus problemas.
Os governos parecem girar à volta da busca de soluções de remediação, parecendo querer ignorar a realidade de fundo que urge resolver: há uma falência geral do sistema e é o sistema que tem de ser mudado radicalmente, construindo-se as bases de uma nova ordem económica mundial. Não entender isto é não perceber a dimensão desta crise que não pára de se agigantar.

3 comentários:

Três horas da manhã disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Três horas da manhã disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Três horas da manhã disse...

Concordo. A sociedade em si está falida.

Ultimamente nos noticiários, podemos ver a decadência da sociedsde, pois existem pessoas que dão a cara por um determinado assunto e parece que nem sabe do que estão a falar, digo isto, porque acho que mais do que uma crise de valores estamos inundados também pela ignorância!

Além isso, o ensino não vai ajudar muito no futuro, pois cada vez se facilita mais na Escola.

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Estávamos numa crise económica, agora estamos numa crise financeira e económica e caminhamos a passos largos para uma crise social, a qual vai agravar ainda mais a situação do nosso Portugal.

PQ?

A crise social tem origem no desemprego, este factor vai agravar ainda mais a criminalidade. Não pensem que é um filme, é mesmo a realidade.

Os "poderosos" deverão estar atentos e tomar medidas, que passam urgentemente por uma reforma comercial e financeira dos sistemas regedores.

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Pode ser que me engane, mas vamos ter uma grande surpresa nas próximas eleições, com o PCP e o BE a subirem muito, os defensores das causas sociais vão estar no auge, mas será esta a solução?

Escolham bem, não se deixem ir por ideologias e nem por Magalhães, esperamos é que de facto existam alternativas. Vamos ver que vai fazer o Sr. Manuel Alegre, pois soa que vem aí um partido novo.

Cumps