quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Das autarquias I

Para os que andam de blog em blog, num afã de comentários justificativos de políticas que não têm justificação, praticando a táctica da suspeição para evitar a crítica aos autarcas da sua predilecção, proponho a leitura deste texto e de outros que se seguirão a fim de que possam ter uma visão mais esclarecida e menos apaixonada dos problemas que afectam a vida de todos nós.
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"No meio do vendaval financeiro em que vivemos, com as famílias cada vez mais apertadas e a fazer contas à vida, talvez os portugueses não se tenham dado conta de notícias mais discretas, ainda que não menos importantes. Importantes também para as suas bolsas e inquietantes por serem tão brutais. Trata-se da cobrança fiscal das autarquias sobre os munícipes, que, em 2007, subiu quase 26% face ao ano anterior! Não, não é engano. O aumento atingiu precisamente 25,9%, o que significa que se, em 2006, cada português pagou, em média, 186,81 euros em impostos municipais, no ano seguinte esse montante atingiu 235,12 euros. É um escândalo! Como se já não nos bastasse o aperto provocado pelo constante crescimento das taxas de juro, dos preços dos combustíveis e dos bens essenciais, temos agora as autarquias (ainda) mais à rédea solta, esmagando o incauto cidadão mais uma vez obrigado a pagar os desvarios do chamado poder local.
(...) Daqui a um ano, os autarcas vão a votos. Mais do que nunca, é preciso distinguir o trigo do joio. E saber punir quem se anda a aproveitar dos cidadãos e quem, pelo contrário, só pensa em servi-los"
Áurea Sampaio, "Cartas na Mesa", Visão, nº 813, 2 de Outubro de 2008, p. 56

2 comentários:

siripipi alentejano disse...

O texto que transcreve retrata uma das maiores realidades do Poder Local. Além das Taxas e Licenças que os Municpios cobram e cujos montantes são fixados pelos Orgãos deliberativos sobre proposta dos Executivos, há a participação nas Contribuições e Imposto. Nestes a Lei confere aos Municipios a fixação das percentagens na Derrama. IRC. IRS e IVA e o mais usual, para não dizer sistemático, os Municipios aprovam sempre o valor máximo, alegando que a aplicação desses factores é por dificuldades em angariar receitas para acorrerem à resolução dos problemas dos seus Concelhos.
Diz-me a experiência que isto é uma conversa da treta e porquê?
Quanto mais dinheiro possuiem, mais gastam e infelizmente nem sempre da melhor maneira, o que interessa é haver verbas para gastar em show off, é nessas actividades que se angariam votos e as Eleições estão à porta. 2009 vai ser ano de vacas gordas e é preciso muito dinheiro para agradar os eleitores.
siripipi-alentejano

Três horas da manhã disse...

Separar o trigo do joio... esperemos que de facto exista trigo!
Um aumento destes é uma vergonha!