sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Da Banda Filarmónica

As bandas filarmónicas tiveram, algumas continuam a ter, um importante papel cultural nas pequenas vilas e cidades do interior e mesmo, em certas aldeias. Eram elas que educavam o gosto musical da população e serviam de escola para todos os que quisessem aprender música. Alguns músicos das bandas ficaram sempre com o estatuto de amadores. Outros houve que conseguiram adquirir o estatuto de profissionais nas grandes bandas do exército, da marinha e doutras corporações, nas quais encontraram lugar para se poderem aperfeiçoar e profissionalizar.
Mas o papel mais importante das bandas era a animação cultural que levavam a cabo através da realização de concertos, sempre muito apreciados pela população. Os coretos foram construídos, na sua maioria, no final do século XIX e princípios do século XX, com a finalidade de proporcionar aos músicos das bandas as condições necessárias para actuarem no período de Verão. No Inverno, nas povoações que tinham salas de espectáculo, era aí que se realizavam os concertos.
Outra função importante das bandas era o acompanhamento das procissões e outros actos solenes que se realizavam nas povoações.
Terras houve em que a paixão pela música se misturou com a paixão pela política, chegando a haver casos em que partidos rivais constituíam bandas rivais e essa rivalidade comunicava-se à própria população que se digladiava no apoio de uma ou de outra consoante a sua preferência.

A banda da Associação de Cultura e Recreio Musical 1º de Dezembro, de Campo Maior, na Procissão dos Pendões, em Elvas (foto do blogue Entre Tejo e Odiana)

A banda de Campo Maior tem actualmente uma boa formação quer no que respeita ao número dos seus elementos, quer no que respeita à qualidade e correcção com que sempre se apresenta. Agradável de ouvir, são contudo muito raras as oportunidades que nos são dadas para assistir às suas apresentações. Não há uma programação regular que permita assistir a concertos o que não deve ser nada motivador para os próprios elementos e responsáveis pela banda. Deve ser frustrante ensaiar continuamente para depois só se poder actuar muito esporadicamente.
Em certas povoações, as bandas são chamadas para sessões nas quais se faz uma apresentação didáctica dirigida aos mais jovens, procurando que estes sejam motivados para a iniciação e gosto pela música. Deve ser gratificante para os músicos poderem participar em tão interessante missão. É, sem dúvida, uma interessante ideia para a cultura local de qualquer comunidade.
Enfim! Não sou certamente a única pessoa com o desejo de ver e ouvir mais frequentemente actuar a banda da nossa terra, para alegria dos campomaiorenses e prestígio de Campo Maior.

1 comentário:

Joaquim Trincheiras disse...

Encontro de Blogs em Borba, dia 9 de Novembro de 2008.

Mais informações em http://borba2008.blogspot.com

Espero contar com a vossa presença, e divulgação.