terça-feira, 2 de setembro de 2008

Da continuação da remodelação do Jardim Municipal

"Sexta, 29 Agosto 2008 15:35
As obras de remodelação do Jardim Municipal continuam a bom ritmo estando agora a ser renovada a zona circundante do coreto e da estátua da Santa Beatriz da Silva. No entanto esta é apenas mais uma fase de um projecto a longo prazo que pretende reformular toda a zona do jardim, de modo a proporcionar aos Campomaiorenses um espaço de lazer mais acolhedor e que transmita uma imagem de modernidade e progresso." (Portal da Câmara Municipal de Campo Maior)


1. Há uma grande diferença entre a "modernidade" e as "modernices": a modernidade corresponde a uma opção estética, a uma atitude, a um certo gosto; a modernice é sempre um exibicionismo - a mais das vezes "novo-riquista" - feito para espantar gente desprecavida e de gosto pouco treinado.

2. Andar a apregoar "tradições" enquanto se destrói o que de mais tradicional existe numa comunidade, é um contrassenso de bradar aos céus: destruiu-se um gradeamento do lago que, além de eficaz para protecção das crianças, destinatários privilegiados de um lago com cisnes, era um esplêndido exemplar dessa arte de ferro forjado, testemunho da grande capacidade dos nossos artesãos ao longo dos séculos, que faz das nossas janelas um património de valor incalculável, isto é que é uma "modernice assaloiada" a pretender deslumbrar alguns outros que, por interesse ou por falta de sentido crítico das coisas, andam muito distraídos com os valores que devem caracterizar a nossa cultura alentejana e campomaiorense.

3. O jardim precisava de ser melhorado: verdade inquestionável. O conceito de jardim que tínhamos em Campo Maior, estava completamente ultrapassado e precisava de ser profundamente remodelado. Mas era possível fazê-lo sem o ter descaracterizado. Agora temos um jardim que poderíamos encontrar em qualquer das terras - infelizmente são muitas - que são governadas pelos que se têm instalado no poder local à custa de habilidades e truques de barato populismo.

4. Melhorar é uma coisa, arrasar é outra. E só se deve arrasar quando se tem um projecto manifestamente melhor do que aquilo que se decide destruir. A propósito: que é feito do projecto inicial de remodelação que chegou a ser proposto à consulta popular?

5. Os mais velhos, utentes habituais do jardim, onde gastam a maior parte dos seus dias, sentem-se confortáveis naquele empedrado árido, desabrigado do vento, exposto à inclemência do sol?

6. Num tempo em que a água - bem precioso, recurso que tem de ser preservado e gasto com ponderação - é estupidamente dissipada naquele sistema de fonte e de repuxos que impressionam mais pelo exagero do que pela beleza, a chamada "remodelação" mais parece uma afronta e um atentado contra o que devem ser as preocupações de uma sensata administração do que a todos nós pertence.

7. Num tempo de contenção de despesas, dificilmente se teria conseguido arranjar equipamentos mais caros e de mais custosa manutenção do que aqueles que foram utilizados na avenida.

8. Isto não é vontade de dizer mal, de deitar abaixo, de desfazer. É dever cívico de quem se sente capacitado para emitir pareceres sobre abusos de poder. É uma preocupação profundamente sentida de quem ama esta terra e este povo e assiste a esta forma descarada de o ludibriar e manipular de tal forma que até conseguem levá-lo a gostar daquilo que, na verdade, mais o prejudica.

4 comentários:

siripipi alentejano disse...

É um dever que assumi diàriamente, percorrer todos os sites e blogues sobre a nossa Terra e se necessário fazendo alguns comentários. Aqui estou de novo para subscrever o conteúdo do seu trabalho de hoje "Da continuação da remodelação do Jardim Municipal", como sabe é um assunto que também abordei no meu siripipi-alentejano, mas como possuo conhecimentos técnico/politicos, o primeiro pelas funções que desempenhei como dirigente municipal e a segundo por integrar um movimento que elegeu vários elementos, para o Executivo (2)e para a Assembleia Municipal (6), permite-me tecer comentários mais técnicos e objectivos. A maioria dos Campomaiorenses desconhecem como se processa, a nível de Executivo,a realização dessas obras e quais as fases por que passam até poderem ser iniciadas.
Não pretende neste comentário explicá-lo, todavia, convido-vos a lerem na folha de informação "www.joãomuacho.info"
as suas intervenções em reunião camarária sobre este tema e aí sim, ficarão a saber como João Burrica trabalha e gere o concelho de Campo Maior com o nosso dinheiro.
Campo Maior, 2 de Setembro de 2008
siripipi-alentejano

Três horas da manhã disse...

Concordo consigo em grande parte do seu post.
Como já afirmei, o material utilizado não foi o melhor.
Na minha opinião a Avenida, parece mais uma praça! Pois existe muito pedrado e pouca vegetação, o que faz com que o torne num local quente.
A questão da água do lago também deve ser abordada, uma vez que esta a presenta-se num estado lastimável...metendo nojo.

O problema é que já está feito...agora esperemos pela próxima remodelação...é triste mas é assim.

Anónimo disse...

è pena este espaço de lazer da população de campo Maior tenha ficado neste estado. Existem tantas coisas que poderiam ter sido feitas para tornar este local num sitio mais atractivo e "amigo" do ambiente. Numa região onde a escassez de água pode vir a ser um grave problema,por mais que tente não consigo perceber os extensos relvados que foram criados, os "magnificos" repuxos ao centro...que mais não passam de uma horrorosas grelhas que colocaram no chão, para além de serem um perigo (assisti a um episódioem que uma criança estava nas suas brincadeiras e ao correr ficou com o pé preso num dos "buracos" onde sai o repucho,que tal como a maioria não estava a funcionar).

Anónimo disse...

o sr muacho parece ser um individuo que só pensa em largar todo o seu veneno em pessoas que estão no poder local e que ~têm desenvolvido bastante este conselho.porquê agora?já não se lembra do passado?não tem críticas construtivas a considerar?não seja derrotista.faça um pequeno esforço e seja um verdadeiro cidadão.para tal basta ser respeitador,humano,leal e justo.