segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Catarina, a Grande

O poder, tantas vezes vetado às mulheres, acabou, mesmo assim, por lhes ser entregue em alguns locais e momentos históricos. Um desses locais foi a Rússia dos czares, onde em 1762 foi coroada Catarina, a Grande. Apesar de mulher foi déspota como muitos homens antes e depois dela. Aumentou os privilégios da nobreza russa e não via grande vantagem em melhorar as condições de vida do povo, isto apesar de ser amiga de grandes personalidades do Iluminismo como Diderot, Montesquieu e Voltaire.
Por cá, outra Catarina emerge como a grande vencedora das eleições de 4 de Outubro. É ela que manda, é ela que tem a chave e já bateu com a mão na mesa, dizendo que ninguém fala pelo partido a não ser ela própria, Catarina Martins. A líder do Bloco foi audaz, deixou cair a saída do Euro e a permanência na NATO, com isto arrastando o PCP que também não quis ficar de fora. Será isto possível?
Não encontrei nenhuma rainha Mariana digna de uma comparação histórica. A única Mariana que me ocorre é a lady Marian do Robin Wood e essa, não é, decerto, comparação para Mariana Mortágua, a muleta inteligente de Catarina Martins. Esta segunda emerge a golpe de massa cinzenta e acutilância.

Podemos não partilhar as suas ideias e políticas, mas mesmo assim devemos reconhecer as suas qualidades. O pedido para Mariana sair na Playboy é redutor e de péssimo mau gosto. Governasse Catarina, a Grande e, decerto, rolariam cabeças. 

Sem comentários: