segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Ficção da Realidade

Tom Clancy, escritor, autor de, por exemplo, “Caça ao Outubro Vermelhor” disse uma vez que a diferença entre a ficção e a realidade é que a ficção tinha que fazer sentido. Acordados para a realidade, depois de passados os efeitos opiáceos das nossas Festas, batemos, com estrondo, na questão dos migrantes vindos da Síria. Uma fotografia de uma pequena criança, sem vida, numa praia turca, desperta os sentimentos de todos, sacudindo a globalização da indiferença. Como sempre o problema não se resolve nas consequências, mas sim nas causas. Não basta acolher, não poderemos acolher todos, deve-se é resolver o problema da guerra.

Quando o muro caiu em 1989, pensou-se que viveríamos num mundo melhor, mas surgiram outros problemas. O mundo evoluiu mas a devastação da cultura tem sido enorme, e com isso, continuam a querer entrar pessoas medíocres para a política. Veja-se Donald Trump, ou o presidente da Hungria. Pessoas que estão a criar e a legitimar mais muros. Infelizmente, também os há por cá, porque as eleições legislativas estão a chegar e já se vê as trocas de cadeiras. Oxalá tudo isto fosse ficção, e não a realidade, porque, pelo menos, tudo faria sentido.

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