segunda-feira, 20 de abril de 2015

O Doutor Estranho Amor

Gostava de vos falar hoje da Alemanha, e o título do post, foi retirado de uma pequena crónica que o Expresso fez ao jogo entre Porto e B. Munique. Neste país tão irritado e irritante, como a duas cores é muitas vezes pintado, os departamentos médicos das equipas de futebol são em part time e, pelos vistos, o dos bávaros tinha práticas estranhissimas, como injetar sangue de cabra para resolver lesões musculares. O treinador nunca confiou nisso e agora, no momento do desaire, lá se demite o Doutor.

Encontrado o Doutor, nesta pequena historieta, vamos ao Estranho Amor. Faleceu, esta semana, Gunter Grass um dos últimos grandes intelectuais europeus, leia-se que acreditava na Europa. Gunter Grass foi um herói da esquerda europeia e um homem que não tinha medo de criticar e hostilizar corajosamente. Mesmo assim, ganhou o Nobel da literatura em 1959 com o seu, quase autobiográfico, “O Tambor”. Mesmo assim, porque não é a hostilizar corajosamente que se ganham prémios. É bem mais fácil, fazer um culto de imagem, publicar temas inócuos e deixar-se fotografar junto aos poderosos da época. Entre as posições mais polémicas de Gunter Grass, destaca-se, em 1991, a sua oposição à reunificação alemã: Porque a Alemanha seria muito grande no coração dessa Europa que ele idealizava. Grass foi um intelectual alemão que nunca desdenhou pensar a Europa como um edifício com integridade intelectual e moral. Um intelectual não tem que ser amado, tem que ser subversivo. Estranho Amor este Doutor.

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