Gostava de vos falar hoje da Alemanha, e o título do post, foi retirado de
uma pequena crónica que o Expresso fez ao jogo entre Porto e B. Munique. Neste
país tão irritado e irritante, como a duas cores é muitas vezes pintado, os
departamentos médicos das equipas de futebol são em part time e, pelos vistos,
o dos bávaros tinha práticas estranhissimas, como injetar sangue de cabra para
resolver lesões musculares. O treinador nunca confiou nisso e agora, no momento
do desaire, lá se demite o Doutor.
Encontrado o Doutor, nesta pequena historieta, vamos ao Estranho Amor. Faleceu,
esta semana, Gunter Grass um dos últimos grandes intelectuais europeus, leia-se
que acreditava na Europa. Gunter Grass foi um herói da esquerda europeia e um
homem que não tinha medo de criticar e hostilizar corajosamente. Mesmo assim,
ganhou o Nobel da literatura em 1959 com o seu, quase autobiográfico, “O Tambor”.
Mesmo assim, porque não é a hostilizar corajosamente que se ganham prémios. É
bem mais fácil, fazer um culto de imagem, publicar temas inócuos e deixar-se
fotografar junto aos poderosos da época. Entre as posições mais polémicas de
Gunter Grass, destaca-se, em 1991,
a sua oposição à reunificação alemã: Porque a Alemanha
seria muito grande no coração dessa Europa que ele idealizava. Grass foi um
intelectual alemão que nunca desdenhou pensar a Europa como um edifício com
integridade intelectual e moral. Um intelectual não tem que ser amado, tem que
ser subversivo. Estranho Amor este Doutor.
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