quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

As Cinquenta Sombras de Grey

Leio em toda a comunicação social o enorme êxito que o filme “As Cinquenta Sombras de Grey” está a alcançar em todo o lado. Baseado nos livros de E.L. James conta a história de um jovem milionário, consumidor refinado e filantropo perfeito que engata uma estudante, virgem e sonhadora. O milionário gosta de sadomasoquismo, usa um “Quarto da dor” e convence a jovem ingénua a alinhar em sexo com instrumentos de tortura.

Fico espantado com o êxito que com este argumento se consegue obter. Então depois de todo um caminho percorrido, desde a revolução sexual dos anos 60, passando pela pílula, pela homossexualidade, pelo sexo antes do casamento e por outras liberdades individuais obtêm-se o máximo prazer com a dor? E a mulher, que trilhou um caminho longo e bem mais tortuoso que o homem, juntando a batalha do aborto às suas conquistas, aparece como o grupo mais interessado no filme, depois de ler os livros, classificados por muitos como pornografia para donas de casa. E eu que pensava que o modelo feminino atual seria mais ao estilo de Ken Follet que nos seus livros coloca as mulheres como personagens fortes, sexys mas que realizam projetos enormes.   Afinal será que a liberdade alcançada leva, finalmente, a uma submissão sadomasoquista? 

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