Leio em toda a comunicação social o enorme êxito que o filme “As Cinquenta
Sombras de Grey” está a alcançar em todo o lado. Baseado nos livros de E.L. James
conta a história de um jovem milionário, consumidor refinado e filantropo
perfeito que engata uma estudante, virgem e sonhadora. O milionário gosta de
sadomasoquismo, usa um “Quarto da dor” e convence a jovem ingénua a alinhar em
sexo com instrumentos de tortura.
Fico espantado com o êxito que com este argumento se consegue obter. Então depois
de todo um caminho percorrido, desde a revolução sexual dos anos 60, passando
pela pílula, pela homossexualidade, pelo sexo antes do casamento e por outras
liberdades individuais obtêm-se o máximo prazer com a dor? E a mulher, que
trilhou um caminho longo e bem mais tortuoso que o homem, juntando a batalha do
aborto às suas conquistas, aparece como o grupo mais interessado no filme,
depois de ler os livros, classificados por muitos como pornografia para donas
de casa. E eu que pensava que o modelo feminino atual seria mais ao estilo de Ken
Follet que nos seus livros coloca as mulheres como personagens fortes, sexys
mas que realizam projetos enormes. Afinal será que a liberdade alcançada leva,
finalmente, a uma submissão sadomasoquista?
Sem comentários:
Enviar um comentário