segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

A Origem do Mundo

O quadro que podem ver reproduzido na figura em baixo foi pintado por Gustave Courbet. Sobre Courbet há mitos tenazes, o maior talvez sejam os seus ideais utópicos partilhados com o anarquista Proudhon. No entanto, pictoricamente, Courbet pintava Realismo, um Realismo que mimeticamente não estava apenas próximo da realidade. Em toda a sua obra a realidade é vista sob múltiplas facetas. Tive oportunidade de ver esta “Origem do Mundo” em Paris, no Museu d’Orsay, a sua morada oficial, embora esteja agora em várias exposições pela Suíça em jeito de homenagem a quem por ali esteve exilado.
Mas pensando na “Origem do mundo” por vezes é bom pensar na origem das coisas. Leio nesta semana no Expresso que algumas autarquias avançam no processo de deslocalizar competências no ensino básico e secundário. Chamou-se processo de Municipalização do ensino. As Autarquias em causa (a nossa não está noticiada) poderão criar disciplinas, decidir a oferta de cursos e também quais os professores que as leccionarão.

Ora muitas Autarquias depois de concessionar o abastecimento de água, porque haveria, entidades que o fariam mais eficientemente pretendem agora tratar do ensino como se estivessem mais vocacionadas para este efeito. É preciso pensar na origem das coisas e naquilo que cada um sabe fazer e deve fazer. Às Autarquias pede-se que criem o ambiente para que o ensino e quem sabe de ensino possa fazer o seu trabalho corretamente. Outra coisa é que nalguma iniciativa extracurricular estejam previstas atividades de interesse municipal como a que houve sobre as Festas das Flores na nossa escola ou que sejam estabelecidas metas e objetivos nos conselhos municipais de Educação. Mais que isso é entrar num processo perigoso para o ensino em geral. Há coisas que parecem pensadas com…a Origem do Mundo, caros leitores.

2 comentários:

Anónimo disse...

Je suis DeCampoMaior!!!
Je suis DeCampoMaior!!!
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Anónimo disse...

Pois!
À primeira vista, parece uma ideia descentralizadora e eminentemente democrática.
Mas, à segunsa vista, SERÁ?
Podem autarquias que estão num penoso estado de subdesenvolvimento educativo e cultural, assumir o encargo de gerirem e administrarem a politica educativa mais adequada às necessidades locais?
Não será isto mais uma das brilhantes propostas da ideologia ultraliberal que nos desgoverna, com o fito de encolher o Estado?
Promovendo a passagem para as autarquias, facilita-se a privatização da educação, pois as classes com maiores recursos, procurarão para os filhos uma educação de maior qualidade.
Sendo que uma das causas da fraca qualidade das escolas é não estarem apoiadas numa inspecção competente da sua qualidade pedagógica e educativa, estão as autarquias dotadas dessa capacidade?
Enfim.. vamos caminhando para um simulacro de educação para as massas e de boas ofertas de educação para as elites.
Assim se evita a promoção social oppela educação e se garante a reprodução dos estratos sociais pelo poder económico.