O quadro que podem ver reproduzido na figura em baixo foi pintado por
Gustave Courbet. Sobre Courbet há mitos tenazes, o maior talvez sejam os seus
ideais utópicos partilhados com o anarquista Proudhon. No entanto,
pictoricamente, Courbet pintava Realismo, um Realismo que mimeticamente não
estava apenas próximo da realidade. Em toda a sua obra a realidade é vista sob
múltiplas facetas. Tive oportunidade de ver esta “Origem do Mundo” em Paris, no
Museu d’Orsay, a sua morada oficial, embora esteja agora em várias exposições
pela Suíça em jeito de homenagem a quem por ali esteve exilado.
Mas pensando na “Origem do mundo” por vezes é bom pensar na origem das
coisas. Leio nesta semana no Expresso que algumas autarquias avançam no
processo de deslocalizar competências no ensino básico e secundário. Chamou-se
processo de Municipalização do ensino. As Autarquias em causa (a nossa não está
noticiada) poderão criar disciplinas, decidir a oferta de cursos e também quais
os professores que as leccionarão.
Ora muitas Autarquias depois de concessionar o abastecimento de água,
porque haveria, entidades que o fariam mais eficientemente pretendem agora
tratar do ensino como se estivessem mais vocacionadas para este efeito. É
preciso pensar na origem das coisas e naquilo que cada um sabe fazer e deve
fazer. Às Autarquias pede-se que criem o ambiente para que o ensino e quem sabe
de ensino possa fazer o seu trabalho corretamente. Outra coisa é que nalguma
iniciativa extracurricular estejam previstas atividades de interesse municipal
como a que houve sobre as Festas das Flores na nossa escola ou que sejam
estabelecidas metas e objetivos nos conselhos municipais de Educação. Mais que
isso é entrar num processo perigoso para o ensino em geral. Há coisas que
parecem pensadas com…a Origem do Mundo, caros leitores.
2 comentários:
Je suis DeCampoMaior!!!
Je suis DeCampoMaior!!!
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Pois!
À primeira vista, parece uma ideia descentralizadora e eminentemente democrática.
Mas, à segunsa vista, SERÁ?
Podem autarquias que estão num penoso estado de subdesenvolvimento educativo e cultural, assumir o encargo de gerirem e administrarem a politica educativa mais adequada às necessidades locais?
Não será isto mais uma das brilhantes propostas da ideologia ultraliberal que nos desgoverna, com o fito de encolher o Estado?
Promovendo a passagem para as autarquias, facilita-se a privatização da educação, pois as classes com maiores recursos, procurarão para os filhos uma educação de maior qualidade.
Sendo que uma das causas da fraca qualidade das escolas é não estarem apoiadas numa inspecção competente da sua qualidade pedagógica e educativa, estão as autarquias dotadas dessa capacidade?
Enfim.. vamos caminhando para um simulacro de educação para as massas e de boas ofertas de educação para as elites.
Assim se evita a promoção social oppela educação e se garante a reprodução dos estratos sociais pelo poder económico.
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