Quando os franceses fizeram os primeiros ensaios nucleares num pequeno atol
do pacífico chamado Bikini estavam longe de pensar que poucas semanas depois o
nome seria aproveitado para lançar outra grande bomba. Louis Réard decidiu
chamar “bikini” a duas peças de roupa que tapavam o mínimo do corpo feminino para
grande espanto da época. Mas pronto o verão também já lá vai e por isso
passemos a temas mais aborrecidos: estatísticas e escola pública.
Não me vou estender sobre um artigo que li esta semana pois não tenho
espaço mas deixava alguns apontamentos breves sobre aquelas linhas. Diz o
artigo que as notas dos alunos das escolas privadas estão acima das notas dos
alunos das públicas mas que isso não se reflete nos exames nacionais. Ou seja a
alegada inflação beneficia quem pode pagar a privada e na nossa zona são cada
vez mais os que seguem essa via. Ora pensem também que menos alunos significa
menos professores na escola pública.
Outro dado que achei interessante é que as notas das escolas tendem a estar
mais correlacionadas com o percurso universitário dos alunos do que as notas
dos exames. Ora a acreditar na “Lei dos Grandes Números” da estatística isto é
óbvio pois as notas das escolas dependem de mais testes e o exame é um só
momento de avaliação. Boas notícias para a nossa escola então, já que tem vindo
a ter diferenças muito grandes entre a avaliação interna e os resultados dos
exames.
Talvez isto da estatística vos tenha aborrecido e tivessem preferido ficar pelo bikini mas lembrem-se
que afinal de contas as estatísticas são parecidas ao bikini: O que mostram é
sugestivo, mas o que escondem é essencial.
1 comentário:
É pena que muitos não se dêem conta do ataque a que está a ser sujeita a escola pública! Os concursos continuam caóticos. Há em Campo Maior professores colocados que aguardam nova colocação, para depois decidirem...Há os que pagaram dois meses de alojamento, mas irão ficar apenas dias, ou semanas...
Há os alunos sem professor. Há os alunos que vão mudar , novamente, de professor!
No ensino privado isto não se passa. Os pais com recursos, perante situações como estas, pensam duas vezes e escolhem...privado.Que pena!
Sabe-se hoje que os alunos provenientes das escolas públicas têm maior sucesso no ensino superior. Sabe-se também que os privados escolhem os alunos, ainda que de modo velado. Sabe-se que existem no ensino público exemplos de qualidade e até de excelência! Contudo é preciso que a escola pública funcione pior que as privadas. Conseguir-se-à , assim, uma redução no número de professores!
O 25 de Abril trouxe-nos uma escola para todos. Qualquer dia teremos nas escolas públicas o ensino para aqueles que nunca,ou muito dificilmente, atingirão o topo. É isto que queremos?
E será que as autarquias serão a panaceia para tudo isto? NÃO!! As autarquias querem e precisam de resultados visíveis que os façam ganhar eleições! O produto de uma escola não se vê a 4 anos. Por isso a importância dada às festas e manifestações públicas. E os resultados? E a qualidade? Até os pais, primeiros interessados, muitas vezes parecem estar alheios...
Sim, o que se esconde, o que está camuflado, é, muitas vezes,o mais importante. Contudo ,às vezes, é o superficial que nos ofusca. Atenção pois ao que se passa com a ESCOLA PÚBLICA!A Saúde e a Educação devem ser para todos. É por isso dever de todos pugnar por estes dois bens que tanto tempo levámos a conquistar!É necessário não ficarmos apenas pelo que parece, ou pelo que se diz...
Teremos, em breve, escolas novas, confortáveis, acolhedoras, bem equipadas. Essa é a Escola-paredes. Não esqueçamos que a escola verdadeiramente importante é a Escola-pessoas!
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