quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Uma professora deu-me…

…um livro escrito em forma de diário. O livro chama-se “Diário de Raivas e Afectos” e é escrito por um filho desta terra, Hugo Santos de seu nome. Talvez algum dia lhe façam uma homenagem por aqui. Por acaso, ele também professor e de esquerda, de uma esquerda dura que quase parece que já não existe mas que, no entanto, não se envergonha da sua condição.
Decidi colocar aqui uma passagem desse livro assinalando o início do ano lectivo pelas nossas escolas. E como um blogue é de certa forma um diário, peço ao livro diário, que é dele, um pedaço para o meu diário blogue.

“1 de Setembro – Começo do ano lectivo e deste”IL Diário de Frequência(s)”. Sem aulas ainda, Só papéis. Muitos. A organizada desorganização que a nós, professores, nos enche de orgulhos inconfessáveis. Assina-se aqui e ali, o FOCO vai começar a focar, virão por aí mãos-cheias de créditos, começamos a progredir na carreira como termómetro atacado de meningite galopante, talvez o Couto fique ou não fique (há sempre outro Couto suplente) e se, ao fim de tudo, os meninos em nove anos de escolaridade obrigatória aprenderem a contar até dez, já nos podemos dar por felizes. O resto…Bem, que é que importa o resto? Na cauda da Europa, sim senhor. Mas há caudas que merecem o esforço que nós, portugueses em geral e professores em particular, hoje fazemos. A história há-de dar-nos razão, descansem. A DREL mandou retirar os concursos ora feitos. Os motivos não se sabe ainda. Eu não tinha dito já que isto começava bem?”

2 comentários:

Anónimo disse...

A isto chamo eu "um apurado e fino sentido crítico". Muitos papéis? SIM!Acções de formação? Sim, hão-de vir.Subida de escalão? Não!!!!Estão congelados.Concursos? Oh, sobre esses muito havia a dizer...mas basta ler por aí, ou ouvir algumas notícias. Sim, porque, segundo algumas outras, está tudo bem!!A fórmula de cálculo estava mesmo errada? Como pode se o Ministro da Educação é de Matemática?
Enfim, nós, por cá ,sempre bem,"as usual", como diria a minha professora de inglês...

Anónimo disse...

Sempre as vítimas habituais, mudam-se os tempos mas não as vontades!