Durante a vida de Lourenço de Médici, o Magnífico, a sua família doou, para
a arquitetura, pintura e escultura, três vezes mais dinheiro do que o
património que tinha herdado do seu avô Cosme. Os cidadãos de Florença, com
devoção cristã, podiam apreciar essas obras que definiam uma sociedade e uma
civilização. Foi nestes anos que se inventou a Renascença, o estudo da História
para compreender a grandeza grega e romana da antiguidade, a Retórica, a Literatura
e a Filosofia para questionar e inquietar. Não admira que Maquiavel tenha
emergido nestes anos e também não admira que atualmente, com a desqualificação
da cultura, em troca da uniformização dos gostos, olhemos para essa época de
ruptura.
Um destes dias alguém me dizia que por cá devíamos ter uma Feira Medieval.
Pensei para mim, quantas feiras deste tipo não há aqui perto e por todo o país?
Talvez algo da Guerra Peninsular fosse mais apropriado mas mesmo assim não
deixaria de pensar nessa uniformização de gostos em que não nos diferenciaríamos
dos demais. Outra pessoa mais me dizia que era bom termos, nalgum canto da vila,
alguma obra de um artista famoso para atrair turistas, uma Joana Vasconcelos
por exemplo. Bem, era diferente mas a um custo elevadíssimo. Não deixo de
contribuir para a ideia e, contentando as duas vertentes, que tal converter o
Centro Cultural numa área onde os notáveis nacionais de diversas áreas
deixassem as suas pegadas tipo passeio da fama? Teríamos uma forte atração para
visitantes a um custo controlado. Excêntrico? Talvez…mas Diferenciador de
certeza. Não há disto em
Portugal. Seria uma ideia de ruptura renascentista…
2 comentários:
Como o Jack, referiu anteriormente podemos usar este Blog como um espaço de debate de ideias e de opiniões, assim vou aproveitar a oportunidade.
Nas minhas viagens pelo país quando digo "sou de Campo Maior" dizem sempre uma de duas coisas "ahh a terra do café" ou "ahh é onde fazem as festas das flores". Sendo que relativamente ao café já muito foi feito, porque que não usarmos as Festas do Povo como uma forma de atrair visitantes o ano inteiro, através da criação de um espaço interativo onde os visitantes possam experimentar desde a elaboração das flores até á enramação recorrendo, por exemplo, ao uso da tecnologia 3D ou 4D. Seria também uma forma de apoiar a candidatura das Festas do Povo a Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO).
Já agora, não deixem de visitar Florença!
Muito pertinente a ideia do Anónimo 18:59.
Pertinente porque exequível e muito sensata porque bastaria que o, já tantas vezes falado Museu das Festas, tivesse esse carácter interactivo, didáctico e informativo.
Mostrando a história e a evolução das Festas, manteria também continuamente vivo esse extraordinário património imaterial que constitui com as Saias o que de melhor e mais notável foi criado pelo povo de Campo Maior.
Para isso era preciso que houvesse uma "política cultural" em Campo Maior e não um mero calendário de eventos.
Será que isso um dia será possível?
Enviar um comentário