Aristóteles disse uma vez que a educação tem raízes amargas mas os seus
frutos são doces. Há já algum tempo que li no Público algo que guardei para um
momento em que os calores do verão não fossem tão rigorosos e pudesse apreciar
a notícia com mais frieza. Acontece que o Governo tem a intenção de premiar os
municípios que trabalhem com menos docentes com valores monetários. Diz o Público
que: “a proposta de descentralização de competências na área da educação ao
nível do básico e do secundário confere aos municípios um papel interventivo na
definição da oferta curricular das escolas, dentro das balizas estabelecidas a
nível central, assumindo as autarquias totais responsabilidades pelo pessoal
não docente e, nalguns casos, também pelos professores.”
Ora isto é um aviso para quem se preocupa com o tema e somos muitos. O
Governo prepara-se para partilhar com os municípios a gestão dos docentes quando
todos sabemos que não há nas autarquias a vocação para esta gestão. Num dia que
se noticia que algumas autarquias estão prestes a falir o que se pode esperar
da gestão do ensino nestes moldes?
Mas isto é um aviso também para os professores. Sim…para si também
professor(a) que ainda goza as férias de verão. Os problemas do ensino devem
ser resolvidos por professores e não por sindicalistas que pretendem projeção
mediática. Se assim não for os resultados poderão ser disparatados.
O pensamento aristotélico foi dominador até que Descartes colocou a razão e
o racionalismo no centro do pensamento filosófico. Talvez entremos todos também
em razão e consigamos que finalmente os frutos da educação sejam doces apesar
destas raízes tão amargas.
1 comentário:
As Câmaras? Os resultados, em educação, não se vêem no curto prazo, não servem para uma inauguração...Era preciso uma outra atitude das entidades municipais, mas também dos munícipes!
O Ministério da Educação diminui o número de professores, mas este ano reforça o número de psicólogos...
Sem por em causa o trabalho que fazem nas escolas,parece-me preocupante! Será que estamos a criar gerações cada vez mais desequilibradas, angustiadas, perdidas?Estamos a dar aos nossos jovens, às nossas crianças, muitos bens materiais, mas falta de outros bens bem mais necessários, entre eles tempo , atenção ...?
E estamos a construir para eles escolas confortáveis, bonitas e bem apetrechadas , esquecendo que as ESCOLAS são , em primeiro lugar AS PESSOAS e as tarefas que aí desempenham?
Para onde vamos? Para onde queremos ir? A educação e instrução das nossas crianças moldará o nosso futuro, pessoal , social...É, por isso , um tema tão importante e sério que nenhuma comunidade o deverá encarar de modo ligeiro. A educação não é só o "ir à escola". É, sobretudo, o que se traz depois de lá ter ido...
O post faz-nos ficar alerta,mas não esqueçamos que a preocupação é em si mesma improdutiva se ficarmos apenas por aí!
Como o Jack diz ,talvez alguém leia e faça algo mais do que ficar, apenas, preocupado!
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