sexta-feira, 13 de junho de 2014

Venha o ópio, venha o futebol!

E de repente o irmão virou-se contra o irmão, qual Abel contra Caim, mas desta vez António contra António. O povo, não votando, salomonicamente, provocou a disputa entre o maior partido da oposição. E procura-se líder, leia-se primeiro ministro, que acrescente algo, que seja sério, que se perceba que tem um contributo significativo e que arrebate as massas. Resposta ao Largo do Rato. Assunto sério.
E de repente o irmão virou-se contra o irmão, qual Abel contra Caim, mas desta vez o público contra o privado. O Tribunal Constitucional opinou a favor do público e diz o privado que a ele ninguém o protege. Da Europa dizem que isto do Tribunal é uma maçada por isso o governo repõe os cortes de Sócrates que o Tribunal Constitucional aprovou.

E de repente o irmão virou-se contra o irmão, qual Abel contra Caim, mas desta vez 60 jornalistas mais vão para o desemprego. Isso faz-se em dia de início do Mundial? Não se faz dia nenhum mas menos destes. Venha o ópio, venha o futebol!

6 comentários:

rosa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
rosa disse...


Viva o Mundo
Viva Portugal
E viva, e venha de lá a Saúde
Que nos faz menos mal…

Venha o Ópio, venham os Concertos
Venham pantominas venham os Políticos
A Igreja, os discursos, e venha o Futebol
Porque tudo isto afinal, faz parte do mesmo rol.
E de repente, os adeptos da bola gritam de prazer e loucura
Terminando o festão de copo na mão, rolando p’lo chão
Enquanto isto se dá, há crianças a chorar de fome
E velhos abandonados, p'ra mal dos nossos pecados.
E de repente, sim de repentemente
O Shoping se enche de gente
Gente que gasta, o que falta para aviar a receita, de quem tem a maleita.
E o irmão se vira contra irmão
E não precisamos voltar atrás aos tempos de Adão.
Pois hoje, já é banal, é real, por todo o Mundo, até aqui em Portugal.
Grita o desempregado, e o assalariado
Com, e sem razão
Grita o contente e o descontente.
E choram as Mães
Por causa dos filhos que lhe fazem frente.
Surgem pantominas, falsos enganadores
Bem engravatados parecendo Doutores.
E lá na TV, meninas pirosas de Botox
Vestígio mais que evidente
Induzindo ao erro, ligue, ligue muitas vezes
E isto acontece diariamente
A toda a hora, e cai tanta gente
Enquanto o futebol, continua nos estádios, na rua,
E no rolar da bola, a moral também rola.
E os grandes concertos esgotados, repletos, não enganam ninguém
E nas pautas da musica que pertence à arte
Surge a gritaria desconcertada
Onde rola tudo, porque o tudo ali, para muitos é nada.
E o Euro passando, e de mão em mão, se vai semeando
Tem mãos, em que o euro cresce e aparece
Noutras mãos acontece, que ele vai minguando.
E assim vai o Mundo, doente, escravizado
Triste realidade
Ver a Sociedade de volta ao passado.

Rosa Guerreiro Dias
14-6-2014

Anónimo disse...

Cruel ironia ...
Finalmente ao entardecer da vida a rosa desabrochou !

Anónimo disse...

Piores que os engravatados perecendo doutores (gostei desta imagem poética,a autora que me perdoe) são, para mim os que não só se engravatam, como têm a arte de estar sempre na primeira fila. Seja com que for. Porque eles (elas) não prestam homenagem a ninguém. Estão num outro patamar: eles são criaturas que existem para ser homenageados. Por isso, estão lá sempre: se os não propõem, eles impõem-se. Essa é a sua obrigação de homenageáveis e as obrigações são como os deveres: existem para serem cumpridos.
Para um bom desempenho fazem sempre questão de se mostrarem muito condoídos dos pobrezinhos, tão infelizes e tão mirradinhos.

Anónimo disse...

Pois é! Até parece que desabrochou...
Mas, o mais estranho é que não cheira nada...

rosa disse...

É tão bom dizer de si mesmo
Falar do amor, falar da vida
Sentir a Poesia
Sempre de cabeça erguida
E olhando nos olhos
Nunca por nunca esconder, o nome que lhe foi dado ao nascer
Assinar com ele aquilo que tem a dizer
Sem nada temer
Isto, nem todos têm
Nem todos conhecem
Porque são dons, só p'ra quem os merece.

Quanto às rosas
Essas que na tua ignorância
Desabrocham ao entardecer da vida
Carregam nos espinhos da alma
Sua missão cumprida
E ainda que seu cheiro
Já não seja de rosas
Ou doutras flores tais
Vivem felizes
Por serem humanas
Serem verdadeiras
Por serem Leais...

Rosa.G.D.