Ficámos
finalmente, meu amor
Na praia dos lençois, amarrotada
O mal que venha sempre, é um mar menor
... Sorriso de vazante na almofada
Na praia dos lençois, amarrotada
O mal que venha sempre, é um mar menor
... Sorriso de vazante na almofada
Se chamo som das
ondas ao rumor
Dos passos dos vizinhos, pela escada
É porque á noite, acordo de terror
De me encontrar sem ti de madrugada
Dos passos dos vizinhos, pela escada
É porque á noite, acordo de terror
De me encontrar sem ti de madrugada
Qual a côr desta
noite e de que medos
São feitas essas mãos que não me dás
Ó meu amor... a noite tem segredos
Que dizem coisas que não sou capaz
São feitas essas mãos que não me dás
Ó meu amor... a noite tem segredos
Que dizem coisas que não sou capaz
António Lobo
Antunes
3 comentários:
Lindo!!
Para Ti
Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre
Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida
Mia Couto
Cada um mais lindo que o outro, deve ser bom receber assim um poema deste dedicado á nossa pessoa!
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