Hoje estava à procura de tema e apetecia-me falar desta discussão sobre se
Portugal deve entrar num programa cautelar na era pós-troika ou deve sair à “irlandesa”.
Mas por outro lado falar disso no dia de São Valentim podia não ser oportuno
quando todos estarão a suspirar de amores.
De qualquer forma falar do programa cautelar também é falar de Amor…Amor ao
dinheiro. O dinheiro vai e vem, tal como o Amor. É esta leveza com que o
dinheiro vai e vem que torna tão relevante a existência de um qualquer programa
cautelar que suporte este regresso de Portugal aos mercados.
Mas falemos de Amor. Sabem aquela de um homem que casando por dinheiro lhe
perguntaram: “É por Amor ou por interesse?”, ao que ele respondeu, “deve ser
por Amor porque não tenho qualquer interesse nela” .
O dinheiro e o Amor dividem interesses. Há quem diga que é o dinheiro que
faz mover o mundo e há quem diga que é o Amor. Ambos são retratados no cinema
com a mesma reverência. Veja-se filmes como Wall Street ou o mais recente “O
Lobo de Wall Street”. Ambos mostram verdadeiros apaixonados pelo vil metal.
Do lado do Amor apetece-me citar Lewis Carrol na “Alice nos Pais das
Maravilhas” quando conclui: “Oh, o Amor, o Amor é o que faz girar o mundo”.
Mas talvez de todos o mais apropriado seja mesmo Dante que na “Divina Comédia”
escreve. “O Amor move o Sol e as Estrelas”. Dante sobre o Amor acabou por falar
do Inferno – o Inferno de Dante…e não é isso o dinheiro…e o Amor também?
2 comentários:
Este Inferno de Amar
Este inferno de amar - como eu amo! -
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida - e que a vida destrói -
Como é que se veio a atear,
Quando - ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez... - foi um sonho -
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?
Só me lembra que um dia formoso
Eu passei... dava o sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei;
Mas nessa hora a viver comecei...
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas
Caro Jack,
Muito boa analogia, mas como ainda faltam quase três meses para essa decisão e sem dúvida que a nossa opinião não vai ser considerada, pois interesses maiores se sobrepõem, fico-me pelo Amor e por algo que li um deste dias de chuva, em que alimentava a minha alma com poesia.
Amar é...
sorrir por nada e ficar triste sem motivos
é sentir-se só no meio da multidão,
é o ciúme sem sentido,
o desejo de um carinho;
é abraçar com certeza e beijar com vontade,
é passear com a felicidade,
é ser feliz de verdade!
Albert Camus
Um dia Feliz para todos, com muito AMOR, em especial para o meu Amor Amigo.
Enviar um comentário