Nesta semana de morte de um ídolo do desporto (Eusébio) e enquanto outro (Shumacher)
se debate entre a vida e a morte relembrei os dias de Ouro da Fórmula 1 e
quando outro grande ídolo das massas desapareceu – Ayrton Senna. Foi em 1994, e
volvidos 20 anos, as diferenças são assinaláveis na forma de viver os
acontecimentos…e da Fórmula 1 claro. Nesta última, quem se lembra dessa época,
recordará que as horas de almoço de domingo tinham como sobremesa as corridas e,
qual clube do nosso coração, tínhamos um piloto de eleição. Eu gostava do
Piquet mas havia os do Prost, os do Mansel e claro, os do Senna. É preciso
compreender que naquela altura só havia quatro canais e portanto toda a gente
via os mesmos filmes, as mesmas séries, os mesmos programas e, claro, as mesmas
corridas de Fórmula 1. Havia menos escolha mas havia mais conversa. Agora é difícil
encontrar pontos comuns. Andamos a ver, ouvir e ler coisas diferentes. Já não
falamos com os amigos sobre o tal programa, recomendamos aos amigos o tal
programa que eles não conhecem, e eles recomenda-nos séries que nós
desconhecemos. Já não se conversa, só se recomenda. Há uma grande fragmentação
cultural, e a conversa, esse antepassado distante do Facebook, está ameaçada
por falta de objetos comuns de emoções. Outro caso é o da música. Conseguimos
via net toda a música do mundo mas falta a discussão emocional e emotiva sobre
os grupos que ouvíamos em comum.
Se o Shumacher morrer dará uma manhã de posts no facebook e pouco mais.
Também a morte do Eusébio gerou uma onda, também fragmentada, de candidatos ao
Panteão Nacional. Pede-se o Salgueiro Maia, o Aristides de Sousa Mendes e
outros… com cada um a reivindicar que no Panteão devem estar aqueles que,
efetivamente, ajudaram e mudaram Portugal…e parece-me que em muitos dos casos
têm razão!
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