Pode não parecer pelo título mas o post tem a ver com Natal, mais propriamente,
com as listas de Natal. Nesta fase do ano toda a gente faz listas, seja de
presentes seja de propósitos para o novo ano. Li algures por ai que os espíritos
mais sofisticados detestam estas listas, acham-nas conformistas e
hierarquizantes. No entanto, muitos outros as defendem seja sobre a forma de
enumerações seja pela forma de catálogos.
Vi a série de época “Os Filhos do Rock” e na primeira cena deparo-me com
uma lista. Um operário da Lisnave que descreve o que comprará à mãe quando
tiver uma banda rock famosa. Uma televisão a cores e uma casa com garagem
imagine-se. Parece uma personagem dos filmes dos irmãos Cohen mas não é, é o
retrato de uma época onde, sendo os primeiros anos da democracia, se vacilava
entre o passado e o futuro. Podia ouvir-se agora “Wishlist” dos Pearl Jam mas
isso é “grunge” e é anos 90. Os Filhos do Rock falam dos anos 80 e, como é de
adivinhar, de Rock e eu sou um filho dessa época. Imagine-se que a certa altura
o dito operário da Lisnane, guitarra baixo em punho, diz que o Estado é o
responsável por todos aqueles postos de trabalho. Parece que vão longe esses
anos 80, mas agora podia-se dizer o mesmo do Estado, responsabilizando-o pela
saúde que será um luxo se for entregue aos privados. Alegrem-se os Marxistas,
finalmente haverá apenas uma classe social, a dos solventes.
Vá, toca a fazer a lista. Eu também vou fazer a minha, como todos os anos, com
o deixar de fumar no topo. Tenho que perguntar a um colega do escritório como
se faz. Ele sabe muito disso. Já deixou de fumar dez vezes e com certeza vai-me
dar bons conselhos!
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