segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Orçamento Dixit

“Um fantasma percorre a Europa: o fantasma do comunismo”. Com estas célebres frases inicia-se o Manifesto Comunista, escrito por Karl Marx em Bruxelas no Inverno de 1847-1848 baseado em alguns apontamentos de Friedrich Engels. Nenhum dos dois era proletário e eram originários de ambientes religiosos e sociais distintos, no entanto, as suas afinidades lançaram as bases do socialismo científico.
Marx, observando as novas relações de produção nascidas com a revolução industrial, previa que a classe operária acabaria por provocar a queda da classe que a explorava, a burguesia, dando origem à sociedade sem classes.
Karl Marx deve estar a dar voltas no túmulo com este orçamento para 2014, a sociedade portuguesa contraria a sua previsão, uma vez que cada vez mais a classe proletária está esmagada com tantos cortes e tão extensivos. Há cortes aos pensionistas e para os funcionários públicos os cortes vão logo a quem tenha um salário acima de 600 euros. Como consequência os funcionários públicos acumulam perdas de 20% do poder de compra em 3 anos e os privados 10%. Passam a ser todos proletários para perder e considerados burgueses para contribuir. Além disso este orçamento é apresentado como aquele que finalmente corta na despesa. É verdade, mas são cortes cegos que não modernizam a máquina estatal. A reforma do Estado é, mais uma vez, adiada.
Sócrates, na sua tese de mestrado fala-nos da tortura em democracia. Não é este orçamento uma tortura em democracia?

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