quarta-feira, 17 de abril de 2013

Os olhos de Calígula e a boca de Marilyn Monroe


Quando os ingleses encontraram, recentemente, as ossadas de Ricardo III não lhe deram honras de estado. Os ingleses acham Ricardo III como o mais infame dos seus reis, talvez porque um dia tenha gritado “O meu reino por um cavalo”. Por isso a cerimónia de enterro foi discreta.
Menos discreta, apesar de sóbria, foi a cerimónia com que os ingleses despediram uma mulher que marcou não só o século XX da Inglaterra mas toda a Europa e o Mundo.
Margaret Hilda Roberts Thatcher teve origens austeras e num mundo de homens conservadores liderou, precisamente, o Partido Conservador durante 11 anos e meio.
Adepta do mercado livre, privatizou e combateu sindicatos. Juntamente com Reagan, desregulou os mercados financeiros e tornaram-se pai e mãe do capitalismo financeiro transnacional. Ganhou uma guerra, a das Malvinas, e ajudou a ganhar outra, a Fria, ajudando à implosão do bloco soviético. Não gostava de comunistas mas tinha em comum com eles a oposição à União Europeia.
Perdurará para sempre como um dos grandes nomes da política, com um carácter guerreiro e tenaz de tal forma que um dia Miterrand descreveu-a como tendo “os olhos de Calígula e a boca de Marilyn Monroe”.

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