Quando se visita
o antigo campo de concentração de Auschwitz, ao atravessar a porta de acesso,
passa-se por baixo da divisa “Arbeit
macht frei” (O trabalho liberta). As letras maiúsculas espalham-se, forjadas em
ferro, sobre a grade da porta dupla. Os nacionais-socialistas colocaram também
estas palavras nos acessos a muitos campos de concentração, como os de Dachau,
Theresienstadt, Sachsenhausen e Flossenburg.
Esta frase era
bastante cínica e numa triste ironia atualmente cada vez mais portugueses se
sentem “aprisionados” porque a taxa de desemprego não pára de crescer e a
proposta de orçamento não contem nenhumas medidas que pudessem, ainda que tenuemente,
criar algum incentivo económico.
Este orçamento
mantém a mesma incapacidade de cortar a despesa pública a não ser pelos cortes
nos salários dos funcionários públicos o que gera ainda mais queda no consumo. E
como se não bastasse é anunciado como objectivo a redução em 40 mil do número
de funcionários públicos. Também leio no Jornal de Negócios que “o executivo
vai mudar a lei que regula o funcionamento das câmaras municipais. E vai
aproveitar a oportunidade para cortar 673 cargos de assessoria e secretariado
de autarcas e vereadores. A poupança está estimada em 14 milhões de euros”. No
mesmo jornal leio que “a maior redução vai ocorrer nos adjuntos do presidente
de câmara, que vão simplesmente acabar nos municípios com menos de 50 mil
eleitores – isto é, em 259 câmaras.” São apenas valores mas se pensarmos nos 40
mil, haverá de certo, muitas histórias dramáticas por trás dos números. Como
dizia Estaline “ A morte de um só homem é uma tragédia, mas a morte de milhões é
apenas uma estatística”…é tão fácil dizer 40 mil …
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