Deixei,
propositadamente, passar algum tempo desde que as novas medidas de austeridade
foram anunciadas para ler, observar e pensar sobre as diversas reações de todos
os setores da sociedade portuguesa.
Penso que o
primeiro sentimento e também o mais generalizado foi de surpresa. Surpresa
porque começava a haver uma crença que a troika podia flexibilizar as exigências
nomeadamente as do défice orçamental para prazos mais alargados. E a troika até
cumpriu, e se é verdade que não deu mais dinheiro, era um justo prémio ao bom
aluno e ao exemplo de ajustamento da sociedade portuguesa.
Mas o governo não
o entendeu assim e lançou uma sobrecarga às famílias portuguesas, ao factor
trabalho e à classe média nunca antes vista. A medida é brutal – aumento da TSU
para os trabalhadores em troca de redução da dos empresários.
Mas com esta
medida o governo arrasa também com um bem inestimável – o consenso social. Havia
a crença de que poderíamos sair disto juntos mas afinal vemos que estamos
separados. Muitas vozes dentro do partido do governo se levantam contra estas
medidas mas, pior ainda, muitos empresários também, como Pires de Lima que
pretende propostas alternativas à da Taxa Social Única. Resolver o tema da
competitividade apenas reduzindo salários não é solução…não sou eu que digo é
um senhor chamado Abele Selassie que é chefe da missão do FMI…em Portugal!
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