segunda-feira, 21 de maio de 2012

Este País Não é Para Velhos!


Penso que já uma vez utilizei o título do filme dos irmão Cohen para um post. Não importa a repetição se servir para falar do evento que ocorreu no jardim este sábado.
É agradável ver os nossos idosos em atividades deste género, no entanto também não posso deixar de pensar que os jovens, nos dias que correm, são muito maltratados pelo seu pais. O desemprego jovem é o mais elevado e muitos deles tentam a sua sorte noutros países…muitos não voltarão e serão o sangue novo que suportará os países dos outros.
Quando se fizeram os acordos para os partos poderem ser feitos em Espanha ao mesmo tempo que se faziam excursões a Mafra para se ver um Centro Geriátrico que seria igual ao nosso, quando se discutia se os bebés nascidos em Espanha podiam ter dupla nacionalidade e se apresentava o Centro Geriátrico como um centro para os idosos de Campo Maior, quando estes não tinham reformas para isso e se tinha o olho nos reformados espanhóis, nessa altura não podia deixar de pensar que as crianças portuguesas iam nascer a Espanha e os espanhóis vinham morrer a Portugal. Eficiência económica? Há coisas que a economia não pode pagar…as pessoas! As pessoas são a riqueza de localidades, empresas e países!

1 comentário:

Debra disse...

Caro Jack,

Após uma leitura atenta ao seu post, não consegui evitar estabelecer um paralelismo entre o mesmo e o título da obra literária de Bret Easton Ellis, "Menos que zero".
Ao nos focarmos em temáticas tão atuais como a crise económica, o desemprego, a pobreza, a precariedade, ficamos com o sabor amargo de que para os nossos governantes, os nossos patrões e outros tais que tentam a todo o custo sugar-nos até ao tutano, não importam as pessoas mas tão somente os números.
Desde os primeiros instantes das nossas vidas que nos agrupam e nos resumem a números: o número de nascimentos registados num país; o número de sucesso/insucesso escolar; o número de ingressos no ensino superior; o número de casamentos/divórcios; o número de empregados/desempregados...
Não sei até que ponto será simplista pensar desta forma, mas a verdade é que a mesma sociedade que necessita de pessoas válidas e qualificadas para que a sua engrenagem funcione em pleno, acaba por ir mutilando aos poucos os sonhos de cada um, não lhes dando segurança nem liberdade para crescerem enquanto pessoas.
Resta-me dizer que inúmeras são as vezes que me parece que valemos menos que zero num país que não é para velhos, não só de idade mas também de espírito.