Enxara – A Origem
Chegados à Páscoa, resolvi trazer hoje um post “da época” mas também uma homenagem aquele que é o decano dos bloggers em Campo Maior. Falo do Siripipi Alentejano que em 2010 deixava um post notável sobre a origem das festividades da Enxara. Neste momento o Siripipi raramente publica devido a problemas de saúde. Sendo assim aqui fica a homenagem e os votos de rápidas melhoras.
Enxara – Festividades da Páscoa
Há 52 anos, decorria o ano de 1960, no Tribunal Judicial de Elvas, o Meritíssimo Juiz Dr. Patrão, condenou diversos Campomaiorenses, dois em penas de prisão (José Maria Napoleão com 30 dias e Mário Serpa, conhecido pelo Para Ratos em 40 dias) e outros (António Camilo, Matias Batuca, Cipriano Videira, João Centeno, José Passão, Manuel Borrega, Manuel Calaça, etc.) em 1.149$00 cada um, pelo crime de ULTRAJE Á MORAL PÚBLICA.Esta condenação deveu-se ao facto de na primavera de 1959, como vinha sendo habitual, alguns grupos de amigos que procuravam as margens aprazíveis do Rio Xévora (Salvador e Enxara) para petisqueiras de são convívio, a maioria desses ajuntamentos tinha lugar junto da degradada Igreja de Nossa Senhora da Enxara (que nessa altura, servia de guarida ao gado de um abastado agricultor da nossa Vila), terem encenado uma procissão (simulada), o andor era uma padiola que se encontrava no interior da Igreja e a imagem era o Valério Fialho, ainda muito jovem.Como se vivia em clima de opressão, alguém denunciou ao Cónego Francisco Farinha o sucedido e este transmitiu-o à GNR, que de imediato iniciou inquérito e alertou a PIDE. A verdade é que o Jornais da época fizeram manchetes, e o Jornal Alentejano “A Defesa” na sua primeira página, em parangonas, denominava o acontecimento como “Alerta Vermelho em Campo Maior”.O obscurantismo que Salazar impunha e a repressão a que os Portugueses estavam votados, aproveitaram a inocência e a simplicidade de dezena e meia de Campomaiorenses, tentando transformá-los em revolucionários, apodando-os de comunistas. Quanto muito e se alguma ilação se deveria ter tomado dessa manifestação, seria como uma forma de revolta, o estado de abandono do Santuário.Felizmente que os Campomaiorenses tiveram essa percepção e hoje pode-se afirmar, que na década de 60 e por esse facto, a Igreja foi entregue à Paróquia de São João Baptista, que procedeu a sua restauração e a abriu ao culto. É a partir daqui que a população faz da Enxara o palco especial das comemorações da semana da Páscoa.A Festa em honra de Nossa Senhora da Enxara é um dos momentos altos da vida dos Campomaiorenses, tornando-se numa Romaria procurada por centenas de famílias que ali acampam.Se hoje a Enxara se tornou num local aprazível, de convívio e de culto, devemos reconhecer que isso só foi possível graças à procissão que levou um Juiz de Direito a condenar alguns Campomaiorenses por “Ultraje à Moral Pública” e não como Revolucionários Comunistas”, bem-haja a esses homens que ao cumprirem a sentença, foram pessoas de vistas largas. Siripipi-alentejano
Chegados à Páscoa, resolvi trazer hoje um post “da época” mas também uma homenagem aquele que é o decano dos bloggers em Campo Maior. Falo do Siripipi Alentejano que em 2010 deixava um post notável sobre a origem das festividades da Enxara. Neste momento o Siripipi raramente publica devido a problemas de saúde. Sendo assim aqui fica a homenagem e os votos de rápidas melhoras.
Enxara – Festividades da Páscoa
Há 52 anos, decorria o ano de 1960, no Tribunal Judicial de Elvas, o Meritíssimo Juiz Dr. Patrão, condenou diversos Campomaiorenses, dois em penas de prisão (José Maria Napoleão com 30 dias e Mário Serpa, conhecido pelo Para Ratos em 40 dias) e outros (António Camilo, Matias Batuca, Cipriano Videira, João Centeno, José Passão, Manuel Borrega, Manuel Calaça, etc.) em 1.149$00 cada um, pelo crime de ULTRAJE Á MORAL PÚBLICA.Esta condenação deveu-se ao facto de na primavera de 1959, como vinha sendo habitual, alguns grupos de amigos que procuravam as margens aprazíveis do Rio Xévora (Salvador e Enxara) para petisqueiras de são convívio, a maioria desses ajuntamentos tinha lugar junto da degradada Igreja de Nossa Senhora da Enxara (que nessa altura, servia de guarida ao gado de um abastado agricultor da nossa Vila), terem encenado uma procissão (simulada), o andor era uma padiola que se encontrava no interior da Igreja e a imagem era o Valério Fialho, ainda muito jovem.Como se vivia em clima de opressão, alguém denunciou ao Cónego Francisco Farinha o sucedido e este transmitiu-o à GNR, que de imediato iniciou inquérito e alertou a PIDE. A verdade é que o Jornais da época fizeram manchetes, e o Jornal Alentejano “A Defesa” na sua primeira página, em parangonas, denominava o acontecimento como “Alerta Vermelho em Campo Maior”.O obscurantismo que Salazar impunha e a repressão a que os Portugueses estavam votados, aproveitaram a inocência e a simplicidade de dezena e meia de Campomaiorenses, tentando transformá-los em revolucionários, apodando-os de comunistas. Quanto muito e se alguma ilação se deveria ter tomado dessa manifestação, seria como uma forma de revolta, o estado de abandono do Santuário.Felizmente que os Campomaiorenses tiveram essa percepção e hoje pode-se afirmar, que na década de 60 e por esse facto, a Igreja foi entregue à Paróquia de São João Baptista, que procedeu a sua restauração e a abriu ao culto. É a partir daqui que a população faz da Enxara o palco especial das comemorações da semana da Páscoa.A Festa em honra de Nossa Senhora da Enxara é um dos momentos altos da vida dos Campomaiorenses, tornando-se numa Romaria procurada por centenas de famílias que ali acampam.Se hoje a Enxara se tornou num local aprazível, de convívio e de culto, devemos reconhecer que isso só foi possível graças à procissão que levou um Juiz de Direito a condenar alguns Campomaiorenses por “Ultraje à Moral Pública” e não como Revolucionários Comunistas”, bem-haja a esses homens que ao cumprirem a sentença, foram pessoas de vistas largas. Siripipi-alentejano
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