sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A Guerra dos Mundos

Em 1938, Orson Wells fez uma emissão radiofónica da Guerra dos Mundos, um romance de H-G.Wells. Essa emissão teve uma grande repercussão na opinião pública. O romance retrata uma invasão extraterrestre e esse mesmo retrato, quando emitido radiofonicamente, levou o pânico aos habitantes de Nova York, já que pensavam que essa mesma invasão era real.
Transposta esta situação para o tempo actual diria que todos os dias, na net, há “invasões extraterrestres” ou boatos e rumores que se propagam à velocidade da luz. Quando finalmente o boato é esclarecido já o seu efeito foi espalhado pela rede.
Pior que isso quem escreve sente-se tentado à escrita fácil, ao alimentar de preconceitos, à corrida dos “likes”. Surfar essa onda de populismo é um vício demasiado tentador. Este embrutecimento populista abole a delicadeza irónica. A agonia da ironia é causada pela natureza da net. O mundo virtual exige uma linguagem bruta e imediata porque há a necessidade de ler, na diagonal, vários textos num minuto. A ironia vai ser sempre a língua morta neste mundo virtual e diagonal.
Hoje o post é irónico, irónico com aqueles que preferem a forma ao conteúdo e ao qual o DeCampoMaior pretende nunca pertencer.

Sem comentários: